O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (8) que "não é fácil" convencer três quintos do Congresso por apoio à reforma da Previdência, o mínimo necessário para aprovação de emenda à Constituição.
"O parlamentar sai na rua e é questionado. Ou não tem argumento (pela reforma) ou o argumento não convence (o eleitor), e ele volta pra cá com dúvida. 'Se eu votar, como fica em 2022?'", disse o presidente.
Bolsonaro disse que, se ele se engajar mais pela reforma da Previdência na articulação política, vão afirmar que ele está interferindo no poder Legislativo. "Eu fui parlamentar por 28 anos e sei o que acontece lá dentro", afirmou, em entrevista à Rádio Jovem Pan, gravada nesta segunda e transmitida nesta noite
Bolsonaro afirmou também que a bancada do PSL é "muito nova", ao tentar justificar a falta de proteção ao ministro da Economia, Paulo Guedes, na audiência da CCJ na semana passada. "Faltou experiência política", disse. No entanto, considerou que a confusão foi positiva para mostrar que os petistas "não querem resolver nada, só querem bagunçar o coreto".
Bolsonaro afirmou que não vai lidar com a tramitação da reforma da Previdência de olho em uma eventual reeleição em 2022. "Se eu pensar em reeleição, faria uma reforma 'light' ou não faria", disse na entrevista à Rádio Jovem Pan.
Bolsonaro disse que mudou de ideia em relação à necessidade de reformar a Previdência quando "teve conhecimento dos números verdadeiros". "Eu vi que, em 2021 ou 2022, o Brasil praticamente quebra se não resolver essa questão", disse.
Em outro momento da entrevista, ao discorrer sobre propostas polêmicas para a Amazônia, o presidente disse que não pode se preocupar com pautas que o desgastem pensando em reeleição. "Se eu pensar em reeleição, eu entro na linha de outros presidentes, que tentaram agradar a outros e hoje não agradam ninguém", disse