O delegado da Polícia Federal Elmer Vicenzi será o novo presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). O órgão é o responsável pelas avaliações do Ministério da Educação (MEC), entre elas o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Vicenzi é especialista em Direito Penal e fez um MBA em Orçamento e Gestão Pública pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Foi chefe do Serviço de Repressão a Crimes Cibernéticos da Coordenação-Geral de Polícia Fazendária da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado e diretor do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), onde implementou a carteira digital de habilitação. O nome dele foi confirmado oficialmente pelo Ministério da Educação.
O cargo está vago desde que o ex-presidente Marcos Vinícius Rodrigues foi demitido pelo ex-ministro Ricardo Vélez Rodríguez, no dia 26 de março. Depois que o Enem foi roubado da gráfica em 2009, em sua primeira edição como o maior vestibular do País, o Inep desenvolveu uma grande estrutura de logística e segurança. Mesmo assim, o exame sofre com denúncias de fraude ano a ano.
A gráfica que imprimia o Enem faliu há cerca de 15 dias e até hoje o Inep não divulgou como resolverá a questão. A previsão era de que as provas começassem a ser impressas no mês que vem. Há denúncias de irregularidades e favorecimento da RR Donnalley (a gráfica falida) em licitações feitas no Inep.
Nesta segunda-feira, 15, o ministro Weintraub recebeu o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Benjamim Zimler, revisor do processo no órgão sobre as denúncias envolvendo a licitação de 2016. Essa foi a última vez que o Inep abriu concorrência para a impressão do Enem. Em outros anos, o contrato foi renovado com a RR Donnalley. O julgamento no TCU deve ocorrer no dia 24.
O Inep ainda é responsável pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que avalia crianças desde a alfabetização até o ensino médio. No mês passado, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que a gestão de Jair Bolsonaro não mais faria provas para as alunos em fase de alfabetização. Foi mais um episódio da crise que se instaurou no MEC desde o início do ano. O ex-ministro Vélez disse que não sabia da mudança e demitiu o presidente do Inep.