O líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), disse que, se não for firmado um acordo entre os partidos sobre a retirada de trechos do texto da reforma da Previdência que garanta a não obstrução na votação de terça-feira (23), o governo colocará o relatório do deputado Marcelo Freitas (PSL-MG) como está para a apreciação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
"Abrimos uma negociação aqui. Estamos trabalhando para avançar. Não é prudente para o governo adiantar os pontos. Vamos conversar até segunda para que votemos na terça", disse o líder ao deixar reunião entre deputados e o secretário da Previdência, Rogério Marinho.
Vitor Hugo ressaltou que, para o governo, não há inconstitucionalidade no texto e que ele vai trabalhar para sua aprovação na íntegra, "mas aberto ao diálogo".
O líder do partido Novo, Marcel Van Hattem (RS), também defende que o texto seja aprovado na comissão em sua integralidade. Ele não descarta a possibilidade de que não haja acordo entre o governo e os partidos.
Por outro lado, o deputado Lafayette de Andrada (PRB-MG) afirmou que o texto está sendo "reformulado, arredondado" e que está confiante de que a PEC será votada na próxima terça-feira. Ele afirmou que Rogério Marinho está com boa vontade para dialogar com os partidos. Ele disse, no entanto, que o governo não acredita que haja bitributação na proposta, como foi levantado por alguns partidos. Ele afirmou também que a questão do abono também está longe de consenso, mas reafirmou que novas conversas vão ser ainda travadas para que se vote a proposta com "suavidade".
O líder do PP, Arthur Lira (AL), disse que dois pontos levados pelos partidos não encontraram consenso: a desconstitucionalização da Previdência e o abono salarial. Ele disse que os partidos podem trabalhar sobre a primeira questão na comissão especial.
Os líderes partidários e o secretário da Previdência devem realizar outras conversas até terça-feira, quando eles acreditam que a admissibilidade da PEC deverá ser votada na CCJ.