O Partido dos Trabalhadores (PT) divulgou nesta terça-feira (30) um comunicado sobre a situação política da Venezuela condenando o que chama "tentativa de golpe levada a cabo pela oposição da direita golpista e antichavista". A nota é assinada pelos parlamentares Gleisi Hoffmann (PR), Humberto Costa (PE) e Paulo Pimenta (RS) - respectivamente, presidente nacional do partido e líderes da legenda no Senado e na Câmara.
As ruas das principais cidades do país foram tomadas nesta terça-feira por conflitos entre apoiadores do presidente Nicolás Maduro e o autoproclamado presidente interino Juan Guaidó, que tem o apoio do governo brasileiro.
Para o PT, "grupos opositores tentam há anos derrubar o governo democraticamente eleito do Partido Socialista Unido da Venezuela" e só não teriam conseguido tomar o poder graças ao apoio que a sigla e o sistema de Nicolás Maduro "têm junto às pessoas, após anos de políticas voltadas ao bem-estar da população e contrárias à exploração imperialista e das elites locais".
"Não aceitamos atitudes antidemocráticas como essas", diz o texto, em referência à mobilização popular e militar convocada por Juan Guaidó, contra o governo de Maduro. Segundo o partido, "a solução dos problemas venezuelanos passa por levantar o embargo econômico internacional de que o país e, principalmente, sua população, são vítimas".
O líder opositor venezuelano Juan Guaidó assegurou, nesta terça-feira, que tem o apoio de um grupo de "valentes soldados", em um vídeo gravado em uma base aérea de Caracas, publicado em suas redes sociais. "Hoje, valentes soldados, valentes patriotas, valentes homens apegados à Constituição, responderam ao nosso chamado, nós também viemos ao chamado, nós definitivamente nos encontramos nas ruas da Venezuela", disse Guaidó na mensagem com um pequeno grupo de militares.
O governo venezuelano classificou o ato como "tentativa de golpe de Estado". "Neste momento estamos enfrentando e desativando um grupo reduzido de militares traidores que se posicionaram na distribuidora Altamira para promover um golpe de Estado", escreveu no Twitter o ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, que se referiu ao caso como uma "tentativa" e acusou a "direita golpista".
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), foi ao Twitter demonstrar solidariedade ao povo da Venezuela. "O Brasil acompanha com bastante atenção a situação na Venezuela e reafirma o seu apoio na transição democrática que se processo no país vizinho", tuitou Bolsonaro, que escreveu também: "o Brasil está ao lado do povo da Venezuela, do presidente Juan Guaidó e da liberdade dos venezuelanos."
Nos tuítes, Bolsonaro também citou o apoio dado a Maduro por partidos brasileiros que integram a oposição ao governo brasileiro. "O Brasil se solidariza com o sofrido povo venezuelano escravizado por um ditador apoiado pelo PT, PSOL e alinhados ideológicos", escreveu.
CONFIRA A NOTA DO PT SOBRE O ASSUNTO:
O Partido dos Trabalhadores condena a recente tentativa de golpe na Venezuela, levada a cabo pela oposição da direita golpista e antichavista.
Estes grupos opositores tentam há anos derrubar o governo democraticamente eleito do Partido Socialista Unido da Venezuela. Seu fracasso em alcançar este objetivo é um resultado claro do apoio que o partido e seu governo tem junto às pessoas, após anos de políticas voltadas ao bem-estar da população e contrárias à exploração imperialista e das elites locais.
Não aceitamos atitudes antidemocráticas como estas. A solução dos problemas venezuelanos passa por levantar o embargo econômico internacional de que o país e, principalmente, sua população, são vítimas. É importante que as forças democráticas busquem o caminho do diálogo e levem em consideração a vontade expressa no voto popular.
A paz na Venezuela é uma luta de todas e todos os democratas latino-americanos e do mundo.
Gleisi Hoffmann
Presidenta Nacional
Humberto Costa
Líder no Senado
Paulo Pimenta
Líder na Câmara
Monica Valente
Secretária de Relações Internacionais