“Cortar verbas para a educação é um suicídio”, diz Cristovam Buarque

Em entrevista para a Rádio Jornal, ex-ministro se mostrou favorável à reforma da Previdência
JC Online
Publicado em 07/05/2019 às 11:55
Em entrevista para a Rádio Jornal, ex-ministro se mostrou favorável à reforma da Previdência Foto: Foto: Geraldo Magela/Agência Senado


Em entrevista para o programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, nesta terça-feira (7), o ex-senador Cristovam Buarque (PPS-DF) fez duras críticas ao governo federal por conta dos cortes feitos na educação, em especial nas universidades federais. Para Buarque, que também foi ministro da educação durante o primeiro governo Lula, a gestão Bolsonaro age de maneira irresponsável.

“Estamos andando para o fundo, para um abismo. Cortar verbas para a educação é um contrasenso, um suicídio. O governo está sendo profundamente irresponsável ao fazer isso e incompetente para não encontrar os recursos necessários, que não são tantos. Um dos lugares de onde tem que sair do dinheiro, eu lamento dizer, é da reforma da Previdência. Enquanto houver um déficit fiscal que nós temos, o governo tem que tirar dinheiro das universidades também. Enquanto houver R$ 300 bilhões em isenções fiscais, não vai ter dinheiro para as universidades. Enquanto tiver essas mordomias no Congresso, no poder Judiciário, não vai ter dinheiro", afirmou o ex-senador se mostrando favorável à reforma da Previdência.

Apesar desse posicionamento, Cristovam Buarque também pediu mais autocrítica para as universidade. "A universidade precisa entender que o Brasil vive uma crise e ela não pode apenas reivindicar mais recursos. A universidade precisa fazer uma espécie de pacto com a sociedade para dizer 'nós existimos para servir o País, a sociedade e até mesmo a humanidade'", disse.

A crítica também sobrou para a oposição, que foi classificada como perdida pelo ex-ministro. "Nós não temos mais Congresso, temos um grupo de pessoas que representam segmentos. É pouquíssimo o grupo de parlamentares com propostas para o País. Cada um está falando para os seus eleitores, não há uma preocupação nacional. Eu vejo a oposição mais perdida do que o governo. O governo está num rumo errado e a oposição fica olhando perplexa, sem proposta, apenas lutando contra."

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