O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quinta-feira (23) a aprovação da Medida Provisória nº 870, que trata da reestruturação administrativa do governo, da forma como foi votada pela Câmara dos Deputados. A votação da MP foi concluída pela manhã e segue para análise do Senado, onde deve ser votada na semana que vem.
Entre as principais mudanças aprovadas pelos parlamentares, está a volta do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para o Ministério da Economia. Desde janeiro, o Coaf estava subordinado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, a pedido do ministro Sergio Moro, que queria dar prioridade ao trabalho de combate à corrupção, já que o órgão é especializado em investigação de possíveis crimes financeiros, como lavagem de dinheiro.
"[O Coaf] continua no Executivo, sem problema nenhum. Deve ser votada na semana que vem no Senado. No meu entender, deve aprovar o que foi votado na Câmara dos Deputados e vamos seguir em pautas mais importantes", disse Bolsonaro, durante transmissão ao vivo em sua página no Facebook. Ele estava acompanhado do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e do presidente da Embratur, Gilson Machado Guimarães.
Mais cedo, o próprio ministro Sergio Moro lamentou a decisão dos deputados, mas disse que isso faz parte do jogo democrático. Bolsonaro também comentou durante a live a atuação da bancada do seu partido, o PSL, no Poder Legislativo. Segundo ele, não é possível vencer todas as votações.
"A minha bancada do PSL é uma bancada de parlamentares muito novos. Alguns acham que vamos ganhar todas, não dá. A gente vai perder alguma votação, sem problema nenhum, mas a nossa bancada não vai atrapalhar as votações", disse. O presidente ressaltou que não controla sua bancada, que tem autonomia, mas reforçou a necessidade de uma rápida votação da MP nº 870 na semana que vem, quando será analisada pelos senadores. Segundo Bolsonaro, a maior parte do texto original foi mantida e as mudanças promovidas pelo Congresso fazem bem à democracia.
"O que eu peço aos meus liderados, o pessoal do meu partido, que aprove o que passou na Câmara, numa votação simbólica, relâmpago, e toca o barco. Aprovamos mais de 95% do que tinha na MP. Logicamente, o Parlamento fez sua mudança e a gente vai reconhecer, isso faz bem para a democracia", disse.
Pela manhã, durante o quarto café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto, Bolsonaro voltou a defender a reforma da Previdência. Dessa vez, ele classificou a medida como o "projeto-mãe" para a recuperação econômica do país. "A Previdência é o nosso projeto-mãe. Se der errado ali, se não passar a reforma, complica a situação do Brasil".