Em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira (24) após participar da reunião do Conselho Deliberativo da Sudene, no Recife, durante encontro com os governadores do Nordeste, em sua primeira viagem à região desde que foi eleito, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) comentou sobre a entrevista do ministro da Economia, Paulo Guedes à revista semanal Veja, na qual disse que deixará o governo caso a reforma da Previdência não seja aprovada.
“É um direito dele, ninguém é obrigado a continuar como ministro meu. Logicamente, ele está vendo uma catástrofe, é verdade, eu concordo com ele [Guedes], se nós não aprovarmos algo realmente muito próximo ao que enviamos no Parlamento. O que Paulo Guedes vê, e ele não é nenhum vidente, nem precisa ser, para entender que o Brasil vai viver um caos econômico sem essa reforma”, alegou o presidente.
Ao final da entrevista, os repórteres que cobriam o evento tentaram repercutir com o presidente o bloqueio de R$ 3,5 bilhões em valores e bens do PSB e MDB, além de parlamentares e empreiteiras, mas a entrevista foi encerrada sem que o presidente pudesse comentar.
A chegada do presidente Jair Bolsonaro (PSL) ao Recife, nesta sexta-feira (24), foi marcada por protestos de estudantes, técnicos e professores das universidades federais do Estado. Insatisfeitos com os cortes anunciados pelo Ministério da Educação (MEC) e a proposta da reforma da Previdência defendida pelo Governo Federal, os estudantes pretendem entregar uma carta aberta ao presidente.
De acordo com os organizadores, dentre eles a União Nacional dos Estudantes (UNE), em Pernambuco, a expectativa é de que 300 pessoas participem do ato, com concentração marcada às 9h, na Editora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), embora no Facebook já havia 1,7 mil pessoas confirmadas no evento #NoNordesteNão.
Os movimentos Direita Pernambuco, MBL e Vem pra Rua, também afirmaram que não tinham atos programados para recepcionar o presidente Jair Bolsonaro. "Não vamos ter nenhuma ação para o dia, sabemos que ele não teria disposição por ser uma visita institucional. Mas vemos como um resultado bom ele estar vindo fazer diálogo com os governadores, lançar um programa em Petrolina e aumentar investimentos na região", avalia Mateus Henrique, presidente do Direita Pernambuco.
A agenda apertada talvez não permita ao capitão reformado visitar o Museu de Armas Brancas no IRB, que tem um acervo de 3 mil facas, espadas, canivetes, estiletes e armaduras. É que logo depois do encontro com os governadores, Bolsonaro segue para Petrolina (Sertão) onde vai participar, às 14h30, da cerimônia de inauguração do Residencial Morada Nova, um conjunto habitacional do Minha Casa Minha Vida com 472 unidades.