Sob aplausos, gritos de 'mito' e sem contar com a presença do governador da Bahia, Rui Costa (PT), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) desembarcou nesta terça-feira (23), em Vitória da Conquista (BA), para realizar a inauguração do Aeroporto Glauber Rocha. Um forte esquema de segurança foi montado pelo Exército. Somente pessoas previamente cadastradas tiveram acesso ao evento. O presidente não esteve nas ruas do município.
Do lado de fora do aeroporto, uma claque com apoiadores estendeu bandeiras do Brasil e camisetas com o rosto do presidente, sob uma chuva fina.
Bolsonaro chegou ao evento na manhã desta terça-feira, 23, de avião e fez uma cerimônia reservada, numa das salas de embarque do aeroporto, improvisada para receber o palanque. A plateia selecionada, apenas de convidados que passaram pelo credenciamento e detectores de metais do aeroporto, é composta por aliados políticos do presidente e empresários, sem os representantes do governo Rui Costa (PT), que desistiu de participar da cerimônia.
A viagem ocorreu mesmo após o governador petista anunciar que não participaria do evento do terminal porque a solenidade ficou restrita a poucos convidados, "como se fosse uma convenção político-partidária".
Acompanharam o presidente na cerimônia, os ministros General Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional e Tarcísio Gomes da Costa, de Infraestrutura. Os prefeitos de Salvador, ACM Neto (DEM), e de Vitória da Conquista, Hérzem Gusmão (MDB), também participaram do evento.
Além de Rui Costa, o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Nelson Leal (PP), também informou que não participaria do evento no Aeroporto Glauber Rocha, em solidariedade à decisão do governador. A filha do cineasta baiano que dá nome ao novo terminal, Paloma Rocha, também se recusou a ir à solenidade.
Ainda na manhã desta terça (23), pelo Twitter, Bolsonaro acusou Rui Costa de não disponibilizar policiais militares para fazem a segurança do evento.
Como resposta, o gestor estadual afirmou em entrevista à Rádio Metrópole que quem é impopular e tem "medo de ir às ruas, fique em seu gabinete". "Eu não posso colocar Polícia Militar para espancar o povo baiano que quer conhecer o novo aeroporto. Então, quem é impopular e tem medo de ir para às ruas, fica em seu gabinete. Se o evento é exclusivamente federal, as forças federais cuidem da segurança do presidente. Eu não posso colocar PM para entrar em conflito com as pessoas que querem ver o aeroporto", cravou. A mesma declaração foi dada à BandNews nesta manhã.
Esta é a segunda viagem de Bolsonaro ao Nordeste e ocorre em meio à polêmica causada por uma declaração dele sobre governadores da região.
Na primeira viagem, em maio, Bolsonaro foi a Pernambuco para participar de reunião da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), em Recife, e inaugurou conjunto habitacional do Minha Casa, Minha Vida, em Petrolina, no Sertão.
Contudo, esta é a primeira viagem do chefe de Estado ao Nordeste após a polêmica surgida na sexta-feira (19), quando, pouco antes de um café da manhã com jornalistas, tornou-se público um áudio de sua conversa informal com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, na qual utilizou o termo pejorativo "paraíba" para se referir aos governadores da região.