O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira, 29, que a demarcação de terras indígenas está "inviabilizando o nosso negócio". "O Brasil vive de commodities, daqui a pouco o homem do campo vai perder a paciência e vai cuidar da vida dele. Vai vender a terra, aplicar aqui ou lá fora, e cuidar da vida dele. A gente vai viver do quê? O que nós temos aqui além de commodities?", questionou o presidente.
Bolsonaro falou sobre o assunto ao comentar a reunião que terá nesta segunda com o ministro de Negócios Estrangeiros da França, Jean-Yves Le Drian, no Palácio do Planalto. Segundo ele, o ministro francês "não vai querer falar grosso" sobre assuntos relacionados ao meio ambiente porque "vai ter que entender que mudou o governo do Brasil".
"Eu vou receber o premiê francês, se não me engano, para tratar de assuntos como meio ambiente. E ele não vai querer falar grosso comigo, ele vai ter que entender que mudou o governo do Brasil. Aquela subserviência que tínhamos no passado de outros chefes de estado para com o primeiro mundo não existe mais", afirmou. "Se fosse outro governo qualquer, quando estava em Osaka (Japão), no G-20, quando viesse para cá demarcaria mais 10, 15, 20 reservas indígenas. Está inviabilizando nosso negócio", reclamou o presidente.
Na mesma entrevista, Bolsonaro voltou a afirmar que pretende legalizar o garimpo no País, o que inclui a liberação da atividade em terras indígenas. Também questionou o fato de que as terras indígenas demarcadas no Brasil ficam em áreas "riquíssimas" e disse que Organizações Não Governamentais (ONGs) estrangeiras querem "ter para si a soberania da Amazônia".