Associação de procuradores contesta buscas contra Janot

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta sexta-feira na casa e no escritório de Janot
Agência Brasil
Publicado em 27/09/2019 às 21:01
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta sexta-feira na casa e no escritório de Janot Foto: Foto: Agência Brasil


A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) divulgou nesta sexta-feira (27) uma nota condenando as buscas e apreensões determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na casa e no escritório do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Janot ia armado ao STF com a intenção de matar Gilmar Mendes

As buscas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes e ocorreram após Janot afirmar, em entrevistas à imprensa, concedidas na quinta-feira (26), que chegou a ir armado com um revólver ao STF com a intenção de matar o ministro Gilmar Mendes e depois se suicidar. O fato teria ocorrido em 2017. 

Segundo a associação, os mandados foram emitidos em uma "investigação inconstitucional" sobre supostas ofensas e divulgação de fake news contra integrantes da Corte, que foi contestada quando aberta, em março. 

"Por fim, também é necessário condenar a determinação de busca e apreensão na residência do ex-PGR. O STF não possui jurisdição sobre eventuais atos de Janot, não há contemporaneidade na suposta conduta e, o pior, a ordem foi emitida no âmbito de uma investigação inconstitucional", disse a entidade. 

Sobre as declarações de Rodrigo Janot, a ANPR declarou que repudia qualquer ato de violência, mas que o fato não pode ser utilizado para enfraquecer o Ministério Público. 

"Nesse sentido, as declarações do ministro do STF Gilmar Mendes, em defesa de mudanças na forma de escolha da chefia da instituição para que qualquer jurista possa ser escolhido procurador-geral, mesmo que não pertencente à carreira, merecem também repúdio por parte dos membros do MPF", completou a ANPR.

Na decisão na qual determinou as buscas, Moraes também suspendeu o porte de arma de Janot, proibiu o ex-procurador de se aproximar de integrantes da Corte, de entrar nas dependências do tribunal, além da apreensão da arma citada nas entrevistas.

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