Igor Maciel, da coluna Pinga Fogo*
A grande ideia do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), de formar uma Assembleia Constituinte pra uma nova Constituição é um disparate tamanho que parece piada. A declaração é tão absurda que a assessoria dele, inicialmente, achou se tratar de ironia. Mas Alcolumbre falou sério. Nos dois casos, é irresponsabilidade. Porque não se brinca com coisa séria e porque começar uma Constituição do zero com o momento que vive a América do Sul e o Brasil soa como maluquice. É como soprar gasolina numa fogueira. A Venezuela mudou a Constituição para atender ao poder vigente, o Chile pode mudar a Constituição para atender à revolta vigente, a Bolívia mudou a Constituição – mais de uma vez – para atender aos desejos então vigentes de Evo Morales. São apenas os exemplos mais próximos para Alcolumbre pensar na vida. Resta saber qual poder vigente ele pretende atender com a nova Constituição. O poder de quem?
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Mais que isso. Precisa saber como ele vai convencer os parlamentares a renunciarem aos mandatos – porque isso é necessário – e como vai justificar aos eleitores que os votos de 2018 serão descartados junto com os mandatos, porque ele resolveu que a Constituição não atende o que ele quer.
*Igor Maciel é titular da coluna Pinga Fogo, no Jornal do Commercio