O presidente Jair Bolsonaro afirmou que, "por enquanto", o futuro do presidente do "Aliança pelo Brasil" será ele. O novo partido terá o processo de formação iniciado numa convenção marcada para esta quinta-feira, 21, em Brasília. Nesta terça-feira, 19, Bolsonaro assinou a carta de desfiliação do PSL, pondo fim à relação conturbada com o partido pelo qual se elegeu. "Por enquanto, sou eu (o presidente do no partido). Mas isso também pode mudar. Na política, tudo muda", afirmou Bolsonaro no início da noite desta terça-feira ao chegar ao Palácio do Alvorada.
A reunião para o lançamento do partido será realizada nesta quinta, em Brasília. Além de Bolsonaro, há a possibilidade do seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, assumir o comando da legenda. Flávio entregou nesta segunda-feira, 18, a carta de desfiliação ao PSL.
Mais cedo, a advogada do presidente Karina Kufa afirmou que não há nenhum obstáculo para que o presidente possa ocupar também a presidência do partido. Admar Gonzaga, advogado que integra a equipe de consultores que atua no processo da saída do presidente do PSL, afirmou que essa é a hipótese viável e "aconselhada."
Bolsonaro entrou em rota de colisão com o PSL em outubro, quando, sabendo que estava sendo filmado, disse a um apoiador que Bivar estava "queimado". A partir do episódio, a situação rapidamente se deteriorou até que, semana passada, Bolsonaro e seus aliados anunciaram a criação do novo partido. A intenção, no entanto, depende de uma série de procedimentos, incluindo a reunião de assinaturas de apoiadores, em várias partes do País.
A cisão entre bolsonaristas e o PSL é atribuída a uma disputa pelo fundo partidário. Gonzaga, no entanto, disse que a versão é incorreta. "Não estamos preocupados com o fundo partidário até porque os candidatos do partido quase ou nada foram utilizados desses recursos."
O estatuto do Aliança pelo Brasil, seus fundadores e a diretoria deverão ser apresentados na quinta durante a convenção. Bolsonaristas terão 140 dias para reunir assinaturas necessárias para a criação do partido, caso tenha interesse em participar das eleições municipais.
Nesta terça-feira, um parecer enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo vice-procurador-geral eleitoral, Humberto Jacques, é contrário a coleta de assinaturas digitais para a criação de partidos. A manifestação do Ministério Público Eleitoral (MPE) pode afetar as pretensões do presidente de coletar assinaturas digitais para garantir que o seu novo partido.
O posicionamento do MPE foi feito no âmbito de uma consulta formulada pelo deputado federal Jerônimo Pizzolotto Goergen (PP-RS).