Presidente Jair Bolsonaro dá entrada em hospital de Brasília

Atualizada às 21h11

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deu entrada no Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, nesta quinta-feira (30). De acordo com uma fonte ouvida pelo jornal Correio Braziliense, ele entrou andando, acompanhado por seguranças, e foi levado para o oitavo andar da unidade de saúde, onde está a ala de cirurgia, para passar por exames. O chefe do Executivo passou aproximadamente uma hora e meia no hospital e saiu às 20h26 desta quinta-feira (30).

Segundo informações apuradas pelo Correio Braziliense, o presidente reclamou de dores na barriga durante o voo de volta de Minas Gerais, onde sobrevoou áreas atingidas pelas chuvas. Ele chegou a ser atendido por um médico no Planalto, mas a avaliação foi de que seria melhor ir ao hospital. O hospital e o Planalto não divulgaram informações sobre o atendimento médico.

Bolsonaro não tem agenda oficial para esta sexta-feira (31).

Nesta quinta-feira (30), Bolsonaro avisou no Twitter que não faria a transmissão ao vivo que costuma realizar semanalmente.

- Agora em Minas Gerais;

- Nosso governo editou Medida Provisória que abre crédito extraordinário, no valor de R$ 892.000.000,00, para atender obras emergenciais em MG, RJ e ES.

- Do exposto não realizarei a live dessa quinta-feira. pic.twitter.com/1Wu7r1jyk0— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) January 30, 2020

Procedimentos médicos de Bolsonaro

No dia 23 de dezembro de 2019, Bolsonaro sofreu uma queda no banheiro, no Palácio da Alvorada, e bateu a cabeça. Ele foi levado para o Hospital das Forças Armadas e passou por exames, que não detectaram alterações no cérebro. O presidente ficou em observação e foi liberado do hospital no dia seguinte.

Dois dias antes da queda, Bolsonaro revelou que tinha sido descartada a suspeita de câncer de pele que estava sendo investigada nas últimas semanas. Segundo ele, o exame do material coletado da orelha esquerda deu negativo. "Fiz a biópsia e não deu em nada. Se fosse câncer, qual é o problema? Eu falaria. Querem cortar a orelha? Então tira. Eu não estava preocupado com isso", afirmou em entrevista no Palácio do Alvorada, residência oficial.

Em setembro do ano passado, o presidente submeteu-se a um procedimento médico para retirada de hérnia incisional no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo. Foi a quarta cirurgia que Bolsonaro passou após ter recebido uma facada em Juiz de Fora, Minas Gerais, em 6 de setembro de 2018, durante campanha eleitoral.

 Atentado contra o presidente Bolsonaro

Bolsonaro foi atingido por uma facada no dia 6 de setembro de 2018 quando fazia campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais. O presidente disse que esteve "praticamente do outro lado da vida" e classificou como "milagre" o que lhe aconteceu.

"Foi um milagre a minha vida e um quase milagre a minha eleição. Não vamos jogar isso fora. Vamos construir juntos o futuro do Brasil. Não posso fazer tudo aquilo que quero. Alguns até acham que isso seria bom. E também concordo, mas se for fazer tudo que eu quero isso seria uma ditadura e não quero isso", disse.

O ferimento a faca fez com que ele perdesse 2,5 litros de sangue, o equivalente a 40% do volume sanguíneo de um ser humano médio.

"Havia veias mais calibrosas, artérias próximas, órgãos mais nobres. Qualquer mudança ali podia ser fatal para ele", explicou a diretora técnica da Santa Casa, médica Eunice Dantas, que acompanhou Bolsonaro desde o momento em que ele deu entrada no hospital.

Autor da facada contra Bolsonaro, Adélio Bispo foi absolvido do ataque. A Justiça Federal concluiu que o agressor sofre de transtorno delirante persistente, não podendo ser punido criminalmente.

No final de julho de 2019, Jair Bolsonaro afirmou que quer conversar com Adélio ou "com algum familiar" e disse ainda temer pela vida do seu agressor.

"A defesa de Adélio fez a opção de passá-lo por maluco, mas ele tem a chance de falar agora", disse o presidente. Bolsonaro afirmou ter preocupação que Adélio tenha o mesmo destino do então prefeito da cidade de Santo André, no ABC Paulista, assassinado em janeiro de 2002. "Estou dando uma chance porque ele está condenado, então tem que ser rápido porque o caso Celso Daniel foi muito rápido, foram nove vítimas executadas por queima de arquivo no processo todo", disse Bolsonaro. O presidente ainda associou o ataque de que foi vítima e o assassinato de Celso Daniel "à esquerda".

Exatamente um ano após ser alvo de uma facada na campanha eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro foi recebido por um grupo de cerca de 40 pessoas na saída do Palácio da Alvorada que cantou "parabéns" em sua homenagem.