Oposição diz que prisão de Vaccari implica PT na corrupção da Petrobras

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), lamentou a prisão
Da Folhapress
Publicado em 15/04/2015 às 14:50
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), lamentou a prisão Foto: Foto: Roosewelt Pinheiro / ABr Arquivo


Líderes de partidos de oposição ao governo federal declararam que a prisão do tesoureiro petista João Vaccari Neto nesta quarta-feira (15), no âmbito da Operação Lava Jato, implica diretamente o PT no esquema de corrupção da Petrobras.

Para o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), o decreto de prisão preventiva "desmantela" a versão sustentada pelo PT que as doações recebidas das empresas investigadas foram legais e registradas na Justiça Eleitoral.

"Caiu por terra o argumento que o PT continuava mantendo e que foi apresentado até a semana passada durante o depoimento de Vaccari na CPI da Petrobras. A prisão do tesoureiro desmantela essa versão. Representa o PT na cadeia", afirmou Bueno, em nota divulgada à imprensa.

O PPS sustenta ainda que, se ficar comprovado que o PT recebeu recursos de empresas estrangeiras, como teria sido o caso da SBM Offshore, empresa também sob investigação na Lava Jato, representaria uma infração à Constituição, que proíbe esse recebimento.

Já o senador Ronaldo Caiado (GO), líder do DEM no Senado, afirmou que é o segundo tesoureiro do PT preso em menos de cinco anos, referência à prisão de Delúbio Soares por sua condenação no mensalão.

"O PT não tem credenciais de partido político, e sim de lavanderia", comentou Caiado, em nota. Ele defende que o partido perca seu registro e diz que, caso comprovado que a presidente Dilma Rousseff tenha sido beneficiada, ela deve perder seu mandato.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), lamentou a prisão. "Esse é um problema que já está sendo discutido pelo Poder Judiciário. A nós só cabe assistir e lamentar. Vamos ver no que vai dar", afirmou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O peemedebista também é investigado pelo Supremo Tribunal Federal no caso da Lava Jato. Ele nega irregularidade e diz que a inclusão de seu nome teve motivação política.

'PRISÃO POLÍTICA'

O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), classificou a prisão de Vaccari como "política". Para o deputado, há uma "orientação deliberada" nas delações premiadas realizadas pela Operação Lava Jato para prejudicar o PT.

Sibá também criticou a oposição ao dizer que todos os partidos receberam doações das empresas investigadas pela PF.

"Na minha opinião esta é uma prisão política. Ele [Vaccari] não fez nenhum tipo de arrecadação fora do que determina a lei brasileira. Essa é a nossa posição. Confiamos no que foi feito. Estamos extremamente desconfiados de que há uma orientação deliberada nessas delações premiadas para prejudicar o PT. Nós vamos fazer a nossa defesa", afirmou.

Para o petista, os tesoureiros de outros partidos também deveriam explicar de onde receberam recursos para as campanhas eleitorais realizadas no ano passado.

"Os partidos, com poucas exceções, receberam dinheiro das empresas que hoje estão sendo investigadas na Lava Jato. De papel passado, de recibo, e aprovadas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Então, quem quer dizer que o PT pegou dinheiro de corrupção, também pegou. Então, o tesoureiro dos outros partidos também deveriam vir explicar de onde pegaram o dinheiro. Não há milagre. Não há mão divina nessa história", avaliou.

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