A Ceasa, que foi presidida por Romero Pontual nas gestões de Eduardo Campos _ acusado por Antônio Campos de liderar campanha ilegal contra ele_ é destacada, na análise da prestação de contas do governo de 2014, pelo Tribunal de Contas do Estado, como a empresa que recebeu mais da metade dos recursos pagos a organizações sociais, excetuando-se as da saúde. Foram ao todo R$ 72,09 milhões naquele ano, conforme relatório da conselheira Teresa Duere, apresentado em 2016.
A Casa de Farinha, que teria como dirigente o filho de Romero Pontual, também tem contrato com o Estado. De 2011 até agora, segundo o portal Tome Conta, do TCE, reuniu R$ 89,8 milhões em serviços prestados a diferentes órgãos, por oferta de merenda escolar, refeição hospitalar e para unidades da Funase, alguns contratados com dispensa de licitação.
Além de central de abastecimento de alimentos, a Ceasa passou a oferecer serviços de logística nos últimos anos, atendendo diferentes pastas do governo.
No portal Tome Conta, que reúne dados das prestações de contas e dos sites de transparência, a central aparece em contratos para armazenamento, movimentação e montagem de kit escolar, mudança da Secretaria de Saúde, gestão de materiais e de medicamentos, além da entrega de alimentos. Parte deles, também, com dispensa de licitação. De 2010 a 2017, somou R$ 960 milhões em serviços.
As contas de governo de 2014 (quando o Estado foi governado por Campos e depois pelo vice, João Lyra Neto) foram aprovadas com ressalvas e determinação para abertura de três auditorias especiais, objetivando fiscalizar, por exemplo, tanto os recursos repassados a organizações sociais da saúde como a demais entidades.
Tanto a Ceasa quanto a Casa de Farinha também aparecem em contratos com diferentes prefeituras, incusive as comandadas pelo PSB, como Recife e Ipojuca. De 2012 a 2016, a Ceasa prestou serviços que custaram R$ 57 milhões a diferentes municípios, parte deles executados de forma terceirizada.
A Casa de Farinha teve mais créditos. No Portal do TCE aparece com um total de R$ 165 milhões, no mesmo período, em contratos com diferentes prefeituras. Nessa esfera, participou de 55 licitações.
E fez doações a duas campanhas municipais, em 2012. Doou R$ 30 mil ao então candidato a prefeito Júnior Matuto (PSB), em Paulista, recentemente reeleito, e pouco mais de R$ 29 mil à Ana Célia Cabral de Farias, do mesmo partido, em Surubim.