O Grupo Petrópolis, dono da marca de cervejas Itaipava, vai se reunir nas próximas semanas com representantes do consórcio que administra a Arena Pernambuco, liderado pela construtora Odebrecht, para rediscutir o contrato entre os dois grupos, orçado em R$ 100 milhões por 10 anos. A assessoria da Itaipava afirma que não está definido se o contrato será rompido, mas que algumas cláusulas podem ser revistas.
As principais queixas do Grupo Petrópolis são de que havia uma expectativa de público para o estádio que não tem sido atingida nos jogos lá realizados. A cervejaria também esperava que a Arena Pernambuco sediasse shows, por se tratar de um equipamento multiuso, mas o local não tem sido palco para a realização de eventos.
Além de dar nome à Arena Pernambuco, a Itaipava também tem um contrato de uso da marca, em banners instalados no interior do estádio, e os produtos do grupo são consumidos com exclusividade dentro do empreendimento. O acordo para que os bares vendessem apenas produtos Itaipava não tem tido o efeito esperado, porque as bebidas alcoólica não podem ser consumidas nos jogos, e o estádio não tem sediado shows.
Outra insatisfação da empresa é o fato de o estádio não ser conhecido como Itaipava Arena Pernambuco, como foi denominado o empreendimento.
A companhia está revendo ainda o contrato com a Arena Fonte Nova, em Salvador, também construída pela Odebrecht em consórcio. Na Bahia, o acordo está orçado igualmente em R$ 100 milhões. Hoje, o Grupo Petrópolis paga R$ 10 milhões por ano ao consórcio que administra a Arena Pernambuco, em um contrato que vale por dez anos, para usar seu nome no estádio.
O acordo da Itaipava com a Arena não é o único que vem sendo questionado. No início do mês, o vice-governador Raul Henry (PMDB) revelou, em entrevista à Rádio Jornal, que o governo de Pernambuco avalia a possibilidade de romper o contrato com o consórcio para administração do estádio.
O rompimento depende de uma análise que a Fundação Getúlio Vargas (FGV) fará de como reduzir as despesas públicas com a Arena. Pelo acordo atual, o Estado tem que arcar com 70% da meta anual de arrecadação do estádio. Em 2014, o prejuízo operacional foi de R$ 22,4 milhões.
O governo e a Arena também divergem em relação a um aditivo de R$ 264 milhões que o consórcio pede por ter adiantado as obras para que o empreendimento ficasse pronto para a Copa das Confederações, em 2013. O Estado reconhece apenas R$ 30 milhões.