Grupo da base do governo que vota contra aumento de impostos pode ter adesão de mais dois deputados

Governista diz que tentam criar "clima artificial" para fazer barganha. Partidos aliados pressionam para reverter a posição do Grupo dos 5
Ayrton Maciel
Publicado em 26/09/2015 às 8:30
Governista diz que tentam criar "clima artificial" para fazer barganha. Partidos aliados pressionam para reverter a posição do Grupo dos 5 Foto: Foto: Rinaldo Marques/Alepe


Em meio a intrigas que apontam, de um lado, pressão do governo para reversão da posição e, de outro, um clima artificial de rebelião para barganhar concessões do Executivo, o bloco de governistas – denominado de “Grupo dos 5” – que decidiu votar contra os projetos que aumento as alíquotas de impostos pode ter o reforço de dois deputados até segunda-feira (28).

Preocupados com a repercussão em suas bases, o grupo alega que votará contra porque os aumentos do ICMS, IPVA e ICD vão “penalizar” a população e por considerar que a necessidade de aumento da arrecadação, em 2016, seria resultado de um “desajuste fiscal” no Estado.

Na tentativa de reverter o possível voto contrário, nas votações dos projetos de lei do governador Paulo Câmara (PSB), no plenário, presidentes de partidos passam a ligar para os deputados pedindo esclarecimento pela posição tomada quinta-feira (24).

Os cinco são da base governista, todos de pequenos partidos, em primeiro mandato – Professor Lupércio (SD), Eduíno Brito (PHS), Joel da Harpa (PROS), Beto Accioly (SD), João Eudes (PRP) – e que podem receber a adesão de dois outros governistas insatisfeitos com o governo, que não revelam os nomes.

Os bastidores, as adesões seriam a do veterano Everaldo Cabral (PP), que confirmou a possibilidade e de Dr. Valdir (PP). “Decido segunda-feira”, resumiu Cabral. O embrião do grupo foi em 1º de fevereiro, quando formou-se para votar em bloco na eleição da Mesa Diretora.

“Queremos passar a votar em bloco, a começar pelos projetos de aumento de impostos. Vamos discutir mais amplamente, porque a liderança do governo não fez essa discussão, mas nossa posição é votar contra ”, revelou Joel da Harpa.

Para garantir uma vitória fácil, o governo - via presidentes de partidos aliados - procurou, nesta sexta-feira, saber as razões da rebelião. O grupo evita falar, mas é admitida a pressão. “Ligam para forçar a barra, mas não há ameaças”, disse um rebelde.

“Estão criando um clima artificial de barganha. O governo não tem porque pressionar”, contestou um governista sob anonimato.

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