Projetos de leis parecidos são alvos de discussão calorosa na Câmara Municipal

Vereadora Isabella de Roldão tinha um projeto mais antigo e semelhante ao do Executivo; entretanto, o segundo foi aprovado
Edson Mota
Publicado em 01/12/2015 às 7:00
Vereadora Isabella de Roldão tinha um projeto mais antigo e semelhante ao do Executivo; entretanto, o segundo foi aprovado Foto: Foto: Aguinaldo Leonel/CMR


O que seria uma simples discussão sobre o nome do Centro Comunitário da Paz (Compaz) no Alto Santa Terezinha, na Zona Norte do Recife, tomou proporções enormes na tarde dessa segunda-feira (30) na Câmara Municipal do Recife. A confusão começou porque a vereadora Isabella de Roldão (PDT) possui um projeto para dar o nome da jornalista Edwiges de Sá Pereira ao Centro desde o ano passado. No entanto, o governo de Geraldo Julio (PSB) apresentou no segundo semestre um plano semelhante. Entretanto, este viria com o nome do ex-governador Eduardo Campos. E foi aprovado ontem.

Segundo o regimento interno da Casa, caso haja dois projetos semelhantes, o mais antigo (no caso, o de Isabella de Roldão) seria votado antes. O embate entre os dois começou, na verdade, desde a semana passada. Na ocasião, o projeto do Executivo ia ser votado se não fosse o apelo da vereadora, ao afirmar que já existia um projeto igual. O presidente da Câmara, Vicente André Gomes (PSB), afirmou que os dois seriam colocados juntos em votação. Entretanto, no momento em que o projeto de Isabella ia ser discutido, o presidente pediu para que uma emenda — que iria colocar o nome do jornalista Carlos Percol, morto junto com Eduardo, na biblioteca da Compaz — ao PL da vereadora. Com isso, o projeto dela seria retirado para apreciação e o do Executivo (que viria logo em seguida) seria o que entraria em votação.

O fato revoltou a vereadora Isabella de Roldão, que criticou a forma como a Casa de José Mariano vem sendo gerida. "Hoje, o presidente da Casa é muito mais um líder do próprio governo do que o líder do Legislativo. Eu desejo que, nas próximas eleições, nós (os vereadores) possamos reavaliar melhor a composição da mesa diretora", lamentou. Outros vereadores, como André Régis (PSDB) e Marília Arraes (PSB) também foram contrários à medida.

Posteriomente, Vicente André Gomes afirmou que tudo aconteceu dentro do regimento interno. "Ela poderia ter pedido emenda no projeto do Executivo, assim como eu fiz", justificou. Quando questionado sobre o motivo de o PL da PCR não constar nenhuma emenda, o presidente da Câmara foi direto. "Porque eu queria que fosse aprovado o do Executivo. Não tenho motivos para esconder", disse. Vicente disse ainda que o pedido da emenda ao projeto de Isabella de Roldão contou com a assinatura de outros 22 vereadores. 

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