Deputados estaduais fazem movimentos de olho no cargo de prefeito

Quase metade dos parlamentares vai encarar a disputa eleitoral no próxim ano
Marcela Balbino
Publicado em 26/12/2015 às 12:30
Quase metade dos parlamentares vai encarar a disputa eleitoral no próxim ano Foto: Roberto Soares/Divulgação Alepe


As atividades legislativas devem dar uma desacelerada no segundo semestre de 2016 na Casa Joaquim Nabuco. Quase metade dos deputados estaduais inicia gradativamente as articulações para entrar na disputa municipal em seus redutos eleitorais a partir do próximo ano. Alguns escondem o jogo quanto às pré-candidaturas, enquanto outros correm em ritmo acelerado e já expõem, inclusive, fraturas internas nos partidos. De acordo com levantamento elaborado pelo Jornal do Commercio, com base em consultas a fontes da Alepe, 23 dos 49 deputados estaduais são cotados para disputar um vaga majoritária.

Pelo menos 12 pré-candidatos ocupam funções chaves dentro da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Os dois líderes da Casa – tanto o da oposição quanto o do governo – pavimentam caminho para as eleições. Silvio Costa Filho (PTB), da bancada oposicionista, vem se articulando nos bastidores para concorrer à Prefeitura do Recife, enquanto Waldemar Borges (PSB) já transferiu o título para Gravatá – cidade que está sobre intervenção –, no Agreste.



Evitando antecipar cenários eleitorais, Waldemar Borges, diz que é cedo para discutir eleição e afirma que seu nome ainda não está posto. Quanto à hipótese de ele se afastar do cargo para dedicar-se às andanças por Gravatá, o que implicaria em substituição, o socialista diz que o fato não está em pauta.

“Se isso vier a acontecer será discutido no momento oportuno e será feito pelo governador Paulo Câmara, porque a liderança é uma delegação pessoal do governador”, afirmou. Os dois vice-líderes do governo - Tony Gel (PMDB) e Lucas Ramos (PSB) – também devem lançar pré-candidaturas para Caruaru e Petrolina, respectivamente.

Presidente da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCJ), Raquel Lyra, também deve dedicar o próximo ano às atividades eleitorais. Filha do ex-governador João Lyra, ela trabalha para ser a candidata do PSB em Caruaru. Raquel Lyra garante que, se for candidata, vai conciliar com as atividades parlamentares, como já vem fazendo atualmente. “Não pretendo me licenciar”, garante.

Silvio Costa Filho (PTB) defende que os processos na Casa não serão contaminados em função das candidaturas. “A oposição, independente dos candidatos a prefeito, vai procurar separar os trabalhos legislativos do processo eleitoral municipal”, disse.

REFORMA - A proposta de reforma política aprovada pelo Congresso Nacional em setembro também pode dar nova configuração ao pleito. Pela nova regra, o período de campanha foi encurtado à metade. Antes, os partidos definiam candidatos em junho, a campanha começava em julho e durava 90 dias até o primeiro turno.

Com a mudança, os postulantes serão definidos entre 20 de julho e 5 de agosto e terão 45 dias até as urnas. Nesse caso, a redução nas atividades legislativas deve acontecer no segundo semestre, quando os políticos intensificam as andanças nas bases políticas. A avaliação que vem sendo feita na Casa é de que o processo eleitoral mais curto deve atrapalhar menos a agenda legislativa.

O “esvaziamento” da Alepe em ano eleitoral não é fato inédito. Em 2012, 11 deputados entraram na disputa majoritária e três deles conseguiram se eleger: Carlos Santana (PSDB), em Ipojuca; Edson Vieira (PSDB), em Santa Cruz do Capibaribe; e Izaías Régis (PTB), em Garanhuns.
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