O ano era 2000, mês de julho, quando o então prefeito do Recife Roberto Magalhães (DEM) concluiu o estudo do projeto da Linha Verde, via expressa que hoje se transformou na Via Mangue. Nesses 16 anos, ou 20, se contar o início do mandato de Magalhães, quando o projeto começou a ser concebido, muita coisa mudou na obra. A começar pelo pedágio que era previsto no projeto inicial e abortado por João Paulo (PT).
“Foi o projeto mais ambicioso que eu fiz como prefeito do Recife. Mas era uma obra muito cara. E o padágio era a forma que eu encontrei para pagar a obra”, avaliou Magalhães. Mas aí veio a eleição de 2000 e João Paulo (PT) saiu vitorioso. “Deixei o projeto na Prefeitura, se o novo prefeito quisesse fazer, ele faria”, acrescentou Magalhães. “Ele (João Paulo), tinha condições de fazer, tinha um presidente do PT numa época de bonança da economia”, analisou.
João Paulo, ao assumir a Prefeitura, refez o estudo e retirou o pedágio do projeto. “O projeto também não retirava as palafitas, e nós retiramos e fizemos as propostas dos habitacionais. Também não previa a proteção do mangue. Nós aperfeiçoamos”, disse João Paulo. Sobre a demora entre a concepção, a execução e a entrega, o petista avalia que problemas como licenciamentos ambientais e o processo de licitação contribuem para o atraso. Já no seu segundo mandato, o petista iniciou a primeira etapa da via, que compreende o túnel do Pina e a abertura de ruas no seu entorno.
Ao substituir João Paulo, João da Costa (PT) conseguiu o financiamento para iniciar o restante da obra, em 2010. Mas somente em 2011, as máquinas começaram a funcionar. “Lula e Dilma foram decisivos nesse processo, assim com o atual ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, que na época era secretário da pasta”, disse João da Costa.
Com Geraldo Julio, vieram outras adequações, como novo traçado da ciclovia e corredores de ônibus. “O projeto foi desenvolvido numa época em que a visão urbana era diferente. A gente precisou, dentro do que era possível, trazer a obra para conceitos urbanos mais modernos. Tivemos ganhos fora da obra, que é a Faixa Azul na Domingos Ferreira e na Conselheiro Aguiar, que foram estudos da nossa gestão”, disse Geraldo.