Interventor do presídio de Itaquitinga na mira da oposição a Paulo Câmara

Renato Thiébaut será convocado para audiência pública na Assemblea Legislativa
JC Online
Publicado em 30/01/2016 às 12:37
Renato Thiébaut será convocado para audiência pública na Assemblea Legislativa Foto: Aluisio Moreira/SEI


Há um ano, em 30 de janeiro de 2015, o governador Paulo Câmara (PSB)  nomeava o chefe de Gabinete de Projetos Estratégicos do governo, Renato Thièbaut, como interventor do Centro Integrado de Ressocialização de Itaquitinga, obra que seria construída por meio de uma Parceria Público-Privada e não saiu do papel. Ex-braço direito de Eduardo Campos, ele foi escolhido para a missão por ser “operacional” e bom em destravar processos segundo avaliação de governistas.

Do início da intervenção para cá, pouco se ouviu de Thièbaut. Ele foi convidado para uma audiência pública na Assembleia Legislativa em 2015, mas não compareceu. O convite será feito novamente este ano. “Thiébaut foi chamado, mas não participou e mandou uma carta dizendo que até o final do ano apresentaria uma solução para o presídio. Este ano, faremos uma audiência pública com foco em Itaquitinga e chamaremos o interventor”, afirmou o líder da oposição, Silvio Costa Filho (PTB).

Com o silêncio de Thièbaut, os esclarecimentos sobre Itaquitinga têm sido feitos pelo próprio governador. As referências ao interventor dentro do governo são, em maioria, elogiosas. Ele é considerado um gestor eficiente, que costuma cumprir as missões que recebe. Alguns governistas dizem que ele não ficaria tanto tempo ao lado de Eduardo se não fosse eficiente.

Personagem dos bastidores políticos, Thièbaut tem fama de inacessível dentro do governo e é classificado com um burocrata eficiente que não é dado a gentilezes e simpatias. O JC solicitou uma entrevista com o interventor esta semana, mas foi informado de que ele estava de férias. Ao saber do conteúdo da reportagem, a assessoria voltou atrás na informação e disse não saber precisar se ele havia tirado alguns dias de descanso.

Após garantir que Thièbaut não estava de férias, sua  assessoria declarou que a briga judicial envolvendo o presídio de Itaquitinga não permite que o intervertor se manifeste sobre o assunto A assessoria também solicitou que as perguntas sobre o assunto fossem enviadas por email, enfatizando que essa é uma norma usada “em todas as outras solicitações de entrevistas”.

Thièbaut coordenou a campanha eleitoral de Paulo Câmara, mas se afastou após um desentendimento com o advogado Antônio Campos, irmão de Eduardo. A briga levou Thièbatu para a campanha presidencial do pernambucano. Ele já havia trabalhado com Eduardo na Câmara Federal e no Ministério de Ciência e Tecnologia, chefiou o escritório de representação de Pernambuco em Brasília e foi chefe de gabinete do ex-governador.

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