Servidores do Recife endurecem discurso e prometem greve; prefeito acredita em negociação

Em estado de greve, os servidores não admitem ficar com o 'ônus da crise'
Marcela Balbino
Publicado em 17/02/2016 às 7:08
Em estado de greve, os servidores não admitem ficar com o 'ônus da crise' Foto: Reprodução: Facebook Sindsepre


Em pleno ano eleitoral, servidores da Prefeitura do Recife e o prefeito Geraldo Julio (PSB) estão com os ânimos acirrados em função das cobranças por reajuste salarial. No mês passado, a categoria organizou protestos direcionados ao socialista para pressionar a administração municipal. Este mês, a promessa é endurecer o movimento e paralisar as atividades no próximo dia 22. Em estado de greve, os servidores não admitem ficar com o “ônus da crise”.

Líder da oposição na Câmara dos Vereadores e presidente do Sindicato dos Servidores da Prefeitura do Recife (Sindsepre), o vereador Osmar Ricardo (PT) avalia que o sentimento do servidor é que a greve será decretada. “O servidor está muito descontente com esse governo. Nos foi proposto 0% de reajuste”, disse. O sindicato cobra 13,19% no aumento nos salários e mais 18,53% para o vale refeição. Os índices buscam repor as perdas salariais diante da inflação em 2015, que atingiu 10,73%.

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“A prefeitura não dá nenhuma proposta para os servidores. Além disso, tem o plano de cargos e carreiras que foi concluído há três anos e ainda está na gaveta”, criticou.

Atualmente, a Prefeitura do Recife tem 28 mil servidores, sendo 18 mil ligados ao Sindsepre. Amanhã, o secretário municipal de Finanças, Ricardo Dantas, vai apresentar o balanço orçamentário do terceiro quadrimestre de 2015 na Câmara. O sindicato promete participar da audiência. No dia 23, um dia após a paralisação, está programada assembleia geral na PCR para avaliar a proposta da gestão e a possível decretação da greve.

Em resposta à categoria, Geraldo Julio pontuou que a negociação tem sido feita de “maneira transparente e aberta”.

“A gente está vendo que Estados ricos, como Rio de Janeiro e Minas Gerais, não conseguem pagar nem a folha. Então, a gente está fechando as contas, olhando o balanço do ano passado, o desempenho das receitas nesse início de ano. Mas as perspectivas da economia são muito duras. Não há nenhuma perspectiva da economia, seja análise ou a oficial, que seja boa para esse ano, temos que ser realistas”, disse o prefeito, descartando que haja greve.

Segundo o socialista, os secretários participam diretamente da mesa de negociação e a avaliação é que irão  achar o caminho da boa negociação.

PROFESSORES

Também petista, a deputada estadual Teresa Leitão cobrou ontem que o governador Paulo Câmara (PSB) conceda o reajuste federal de 11,48% no piso dos professores do Estado. “É difícil acreditar que a promessa de campanha de dobrar o salário dos professores e de pagar um piso de R$ 4 mil para os professores das escolas de referência não vai passar de mera promessa de campanha”, criticou a deputada. O Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Pernambuco (Sintepe) realiza uma assembleia hoje para tratar da questão. Nenhum deputado governista saiu em defesa do governador.


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