Arquivo Público inicia digitalização dos documentos da DOPS-PE

Acervo reúne cerca de 1,8 milhão de páginas. Trabalho vai durar um ano
Do JC Online
Publicado em 28/03/2016 às 10:34
Acervo reúne cerca de 1,8 milhão de páginas. Trabalho vai durar um ano Foto: Divulgação


O Arquivo Público de Pernambuco inicia, na tarde desta segunda (28), a digitalização de documentos da extinta Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS). São cerca de 1,8 milhão de páginas, entre fotografias, documentos e recortes de jornais, por exemplo. O trabalho deverá durar um ano. 

Com a digitalização, os documentos irão compor o maior acervo de polícia política do Nordeste e um dos maiores do Brasil. A documentação do DOPs-PE já foi reconhecida pelo programa Memória do Mundo (Memory of the World), da Organização das Nações Unidas (ONU), como patrimônio mundial da humanidade. Há registros de documentos desde a década de 1930 até a década de 1980.

A digitalização vai permitir um maior acesso de pesquisadores e da população ao acervo. "A digitalização não é o fim, mas amplia a possibilidade de aceso e preserva os dcoumentos originais, que é um resgistro da história do Brasil", disse o coordenador do Arquivo Público, Evaldo Costa, em entrevista à Rádio Jornal.

Para o trabalho, foi aplicado um recurso no valor de R$ 1 milhão, através de uma parceria com o Arquivo Nacional. Uma equipe de oito pessoas, de uma empresa especializada contratada, trabalham no projeto, no prédio do Arquivo Público, na Rua Imperial. "Tem que ser feita de forma muito meticulaosa para respeitar a ordem dos documentos. Cada pasta tem conjunto de documentos", acrescenta Evaldo Costa.  

O trabalho faz parte da ampliação do acerbo do Banco de Dados Memórias Reveladas, disponível na Internet (www.memoriasreveladas.gov.br), do acervo da DOPS-PE. 

Um dos documentos curiosos, revela Evaldo, diz respeito ao ex-prefeito do Recife, Pelópidas Silveira, que foi indicado prefeito do Recife em 1946. "Tem um documento de 1947 em que mostra que a polícia política acompanhava os passos dele. Tem notícia que uma certa noite estava no meio da rua e que ficou esperando um táxi, que não passava. Acabou passando umas pessoas, perguntaram para onde estavam indo, pegou carona até a Capunga e depois para a Praça de Casa Forte. Em outra ocasião, foi a Salvador e tem um telegrama do comandante do Recife pedindo para o seu equivalente em Salvador seguir todos os passos dele", explica.

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