Na Câmara, 18 dos 25 deputados pernambucanos votaram pró-impeachment

Coube ao pernambuco Bruno Araújo (PSDB) o voto decisivo do processo
Marcela Balbino
Publicado em 17/04/2016 às 23:25
Coube ao pernambuco Bruno Araújo (PSDB) o voto decisivo do processo Foto: Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados


Como era esperado, não houve mudanças de posicionamento na bancada pernambucana na votação do impeachment, neste domingo (17). A maioria dos deputados disse "sim" ao andamento do processo. Dos 25 parlamentares, 18 votaram a favor da abertura do processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT). A sessão na Câmara dos Deputados durou mais de dez horas e foi marcada por muitas provocações, agradecimentos a familiares e pouca consistência nos discursos sobre o real motivo do processo do impedimento.

Em Pernambuco, somente seis parlamentares foram a favor da petista: Luciana Santos (PCdoB), Silvio Costa (PTdoB), Wolney Queiroz (PDT), Ricardo Teobaldo (PTN), Adalberto Cavalcanti (PTB) e Zeca Cavalcanti (PTB). Os dois primeiros são os mais ferrenhos defensores do governo do PT e os três últimos compõem o arco de aliança do ministro Armando Monteiro Neto (PTB), que é aliado de Dilma. Nas eleições presidenciais de 2014, Dilma teve 3,4 milhões de votos no Estado.

Indeciso até a semana passada, o deputado federal Eduardo da Fonte (PP) passou por um constrangimento na hora da votação. Ele levou o filho para externar o seu posicionamento favorável à deposição, mas o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), vetou o movimento.

Coube ao pernambuco Bruno Araújo (PSDB) o voto decisivo do processo. Com a posição do tucano, a Casa atingiu o número mínimo necessário para que o rito do impeachment fosse aprovado e passasse para o Senado.

A única abstenção registrada em Pernambuco foi a do deputado Sebastião Oliveira (PR). Apesar de o parlamentar ter pedido afastamento da secretaria de Transportes de Pernambuco para votar, ele não externou sua posição política no plenário da Câmara. 

Os outros dois secretários licenciados - Danilo Cabral (PSB) e André de Paula (PSD) - votaram a favor do impedimento. 

Aliado a presidente Dilma, o deputado Silvio Costa (PTdoB) peregrinou pela Câmara até os últimos momentos em busca de votos. Com o impeachment já aprovado, ele votou "não" e justificou: "Pela segunda vez, uma parcela da elite brasileira está torturando a presidente Dilma."

Já Luciana Santos (PCdoB) evocou a música "Madeira que cumpim não rói" e afirmou que "vai ter luta". 

SENADO 

O processo deve seguir para o Senado nesta segunda (18). Será criada comissão para avaliar o afastamento provisório de Dilma. Se avançar, a petista ficará afastada por até 180 dias até a realização das investigações. Enquanto isso, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) assume o seu lugar.

No julgamento final, presidido pelo presidente do STF, o impeachment só acontecerá com 54 votos favoráveis no Senado. 

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