A agenda oficial do governador Paulo Câmara (PSB) nesta terça-feira (3) em Brasília tem apenas um compromisso público - audiência com o ministro José Múcio Monteiro, do Tribunal de Contas da União (TCU) -, mas a programação será maior. O socialista participa de uma reunião com dirigentes do PSB, partido do qual é vice-presidente nacional, e também se encontra com a ex-senadora Marina Silva (Rede).
Em Brasília, Paulo vai reforçar que é contra a ideia do PSB integrar o ministério em um eventual governo Michel Temer (PMDB). Essa, aliás, também é a mesma postura do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB). O governador quer marcar posição uma vez que a bancada federal socialista na Câmara Federal e no Senado, inclusive com a digital de pernambucanos, têm feito muita pressão para o partido aceitar um possível convite do peemedebista.
Entre os socialistas do Estado, um dos maiores defensores da participação no governo Temer é o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB). Integrantes do partido destacam que essa não é a primeira grande divergência de opiniões entre o governador e o senador sobre um assunto de interesse da sigla.
“A gente acha que pode contribuir para o Brasil apoiando ações no parlamento. Não estamos atrás de cargos”, disse o governador, ontem, após a posse do novo desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco, Sílvio Neves Baptista Filho.
De acordo com Paulo, a reunião que vai oficializar a postura do partido sobre o ministério ainda não tem data para ocorrer. O encontro de hoje, portanto, seria apenas para que os dirigentes aparem as arestas sobre o assunto. Entre os socialistas que não querem uma ligação direta com Temer por meio de cargos, há o receito de que a pressão da bancada federal faça efeito sobre o presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira.
O governador disse que não houve convite formal de Temer ao PSB e preferiu não comentar qual seria a postura do partido caso essa eventual convocação ocorra em caráter de “cota pessoal”. “O partido tem que ter uma posição e isso deve ser deliberado. Não dá para falar sobre hipótese”, comentou.
AGENDA - Com Marina Silva, Paulo afinará o cronograma para a realização de eventos a favor de novas eleições, caminho defendido por ambos. Candidada a vice-presidente da República na chapa de Eduardo Campos em 2014, ela tem interesse em começar sua campanha por eleiçoes gerais por Pernambuco.
No TCU, Paulo irá conhecer, em primeira mão, um diagnóstico do tribunal sobre os Estados nordestinos. “Iremos apresentar esse diagnóstico de forma oficial em Fortaleza em junho, mas convidei o governador para mostrar o relatório antes”, afirmou o ministro José Múcio.