Visita à transposição deve ser última grande agenda de Dilma no Nordeste

Viagem da presidente tem caráter muito mais simbólico e político do que técnico
Marcela Balbino
Publicado em 06/05/2016 às 9:04
Foto: Foto: Guga Matos/JC Imagem


Quando a presidente Dilma Rousseff (PT) desembarcar nesta sexta-feira (6) em Cabrobó, a 531 quilômetros do Recife, a votação do relatório do impeachment na Comissão Especial do Senado já deve ter acontecido. A previsão é que essa seja a última grande agenda da petista no Nordeste, antes da votação na Casa Alta pelo seu afastamento por 180 dias.

A mandatária deve chegar ao Nordeste por Juazeiro e pegará um helicóptero até a estação de bombeamento 2 (EBI2), que fica na zona rural da cidade do Sertão pernambucano. A previsão de chegada é às 15h30. 

Dilma deve percorrer o canteiro de obras ao lado do ministro da Integração, Josélio Moura. O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), não participa da agenda e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Thiago Norões, irá representá-lo.

O prefeito de Cabrobó, Auricélio Torres (PSB), disse que não recebeu convite para a solenidade. Em conversa com a reportagem, ele explicou que essa não é a primeira vez que ele é preterido nos atos legislativos. Segundo ele, a equipe presidencial esteve nessa quinta (5) com os vereadores da cidade alinhados ao PT. “Como sempre, em visitas anteriores, eles priorizam primeiro o legislativo municipal”, lamentou o gestor.

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se articulam para acompanhar a passagem da presidente Dilma Rousseff (PT) pelo Eixo Norte da transposição do Rio São Francisco. O objetivo é dar apoio à petista. A mobilização terá maior presença dos grupos assentados e acampados do Sertão do Estado. Moradores de Cabrobó também se organizam para acompanhar a visita.

TRANSPOSIÇÃO - Dados do Ministério da Integração, atualizados em abril, apontam que 86,3% da obra está finalizada, sendo 87,7% no Eixo Norte e 84,4% no Eixo Leste. O Eixo Norte vai de Cabrobó a Cajazeiras, na Paraíba,  e se estende por 260 quilômetros.

Apesar de a construtora Mendes Júnior, responsável pela obra, estar envolvida no escândalo da Operação Lava Jato e ter sido considerada inidônea pela Controladoria Geral da União, a expectativa é que a água chegue aos canais até o fim do ano. Hoje são 10.346 profissionais nos canteiros.

Foto: Guga Matos/JC Imagem
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