Em meio à crise, empréstimo da PCR com Banco Mundial não sai mais este ano

Repasse era essencial para turbinar as ações da gestão Geraldo Julio em pleno ano eleitoral
Marcela Balbino
Publicado em 24/05/2016 às 1:00
Repasse era essencial para turbinar as ações da gestão Geraldo Julio em pleno ano eleitoral Foto: Foto: Heudes Regis/JC Imagem


Esperado desde 2013, o empréstimo milionário da Prefeitura do Recife com o Banco Mundial (Bird), considerado essencial para turbinar as ações do prefeito Geraldo Julio (PSB), candidato à reeleição, deve ficar para o próximo ano. Uma combinação de três fatores pode retardar ainda mais o repasse de US$ 220 milhões (algo em torno de R$ 770 milhões). Nem mesmo a manobra feita por Geraldo ao enviar a Brasília um representante para cuidar pessoalmente das operações de crédito conseguiu driblar os prazos eleitorais apertados e os efeitos adversos causados pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e um governo interino ainda tomando fôlego para tocar o País.

Pela lei eleitoral, o empréstimo só pode ser liberado até junho, a 120 dias das eleições municipais. O socialista contava com o repasse para tocar obras e entregar promessas no ano eleitoral. Nos bastidores, o sentimento é de que o repasse não sairá mais este ano.

A tentativa de viabilizar o contrato se desdobra desde o primeiro ano da gestão. Mas, em agosto do ano passado, a União suspendeu todas as operações de crédito e só retomou no fim do ano. Quando a Comissão de Financiamento Externo (Cofiex), do Ministério do Planejamento, aprovou 17 projetos no Brasil, a expectativa era que o repasse para o Recife poderia sair no primeiro semestre deste ano. Porém, até o momento não houve sinalização. O empréstimo do Recife é o segundo maior do País e perde apenas para Fortaleza. A quantia é uma espécie de "cheque em branco" e pode ser usada em qualquer ação do programa de governo.

A reportagem tentou conversar com o coordenador do gabinete de representação da Prefeitura do Recife em Brasília, Antônio Barbosa, mas não conseguiu. Em nota, a prefeitura pontuou os passos percorridos em busca da liberação e disse que "atualmente, o município continua no trabalho referente à captação, buscando as aprovações perante o Banco Mundial e aos diversos órgãos do Governo Federal".

JABOATÃO

Semelhante à capital, o município chefiado pelo tucano Elias Gomes (PSDB) também aguarda empréstimo de US$ 57 milhões. Mas, ao contrário de Geraldo, Elias não tem pela frente o desafio da reeleição. O empréstimo solicitado ao Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) será empregado na reconstrução do parque linear, etapa seguinte ao processo de engorda da orla.

À frente do processo, a secretária municipal da Fazenda e do Planejamento, Mirtes Cordeiro, cotada para sucessão de Elias, demonstra otimismo e diz que o empréstimo está adiantado e falta somente aprovação no Senado.

"Estamos com tudo dentro do prazo. Já assinamos e demos os encaminhamentos ao banco e ao Tesouro Nacional. Agora, só aguardamos que o Tesouro mande para o Senado e a liberação é imediata. Encaminhamos tudo que foi exigido. Estamos com tudo dentro do prazo, a não ser que o governo não mande para o Senado em tempo hábil", explicou.

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