Calo para o PSB, a Operação Turbulência pode ganhar uma carga ainda mais explosiva durante a disputa eleitoral do Recife. Na oposição, há um clima de tensão e expectativa com possíveis fatos novos porque o tema pode complicar a reeleição do prefeito Geraldo Julio (PSB). Opositor ferrenho, Edilson Silva (PSOL) diz abertamente que levará o tema para o debate da campanha. “O grupo político que se locupletou com isso, ganhou duas vezes: com a propaganda (de que as obras mudariam a face de Pernambuco) e com desvio de dinheiro”, afirmou.
Na próxima segunda, Edilson vai à Brasília para tentar convencer a Procuradoria-Geral da República (PGR) a acatar o seu pedido de federalização das investigações. “Sei que o governador Paulo Câmara deve estar agindo no sentido de tentar evitar isso. Porque uma federalização em um caso como este é uma medida dura da PGR. Significa admitir que está existindo uma ingerência do governo do Estado na Polícia Civil”, explicou.
O debate político, porém, pode não ficar restrito ao PSOL. “Eu não pretendo transformar isso na pauta da eleição. Minha pauta vai ser propositiva. Mas esse não é um fato irrelevante. Não dá para imaginar que isso não vai ser discutido na casa das pessoas e na própria imprensa”, sinaliza Daniel Coelho (PSDB).
Vice de João Paulo (PT), Silvio Costa Filho (PRB) garante que o debate eleitoral vai ser programático, discutindo o papel de cidade. No ato que oficializou a coligação do PT, o deputado federal Silvio Costa (PTdoB) disse que “o Recife não merece eleger um prefeito investigado pela Polícia Federal”.
Vale salientar, entretanto, que o prefeito Geraldo Julio não está sendo investigado pela Polícia Federal.
“A campanha pode tender para acusações, mas eu vou falar aquilo que as pessoas querem ouvir sobre as cidades”, prometeu Priscila Krause (DEM).
Ao JC, a PGR informou que ainda está na fase de notificação dos órgãos envolvidos e de análise do pedido de federalização.
O PSB-PE e a Prefeitura do Recife não quiseram comentar o assunto. Há um mês, a Direção Nacional do partido disse apoiar as investigações e ter certeza que não restariam dúvidas de que a campanha de Eduardo Campos não cometeu nenhum ato ilícito.