Candidatos a prefeito do Recife prometem enxugar gastos de campanha

Pré-candidatos no Recife não informam previsão de gastos na campanha, mas dizem que gastarão abaixo da meta do TSE
Franco Benites e Marcela Balbino
Publicado em 22/07/2016 às 7:03
Pré-candidatos no Recife não informam previsão de gastos na campanha, mas dizem que gastarão abaixo da meta do TSE Foto: Foto: JC Imagem


Cientes de que, oficialmente, terão que fazer campanhas mais enxutas financeiramente, os principais pré-candidatos à Prefeitura do Recife adotam discursos semelhantes quanto ao teto de gastos imposto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O tom adotado é de redução nos orçamentos. No Recife, os postulantes poderão gastar até R$ 6,6 milhões no 1º turno. 

O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), respondeu por meio da assessoria do partido que fará uma campanha mais barata em função do momento do corte de recursos. Em nota, o PSB afirmou que fará campanha mais enxuta, mas com condições de apresentar o balanço do que foi feito pela gestão e os projetos e ações para os próximos quatro anos.

A sigla não antecipou previsão de gastos. Em 2012, de acordo com dados do TSE, a coordenação da campanha estipulou usar R$ 10 milhões, mas gastou R$ 7 milhões – valor mais alto entre os postulantes. 

Para o deputado federal Daniel Coelho (PSDB), mais do que novas regras nos gastos é importante fiscalizar os recursos, para evitar a prática do caixa 2.

“Vamos cumprir as regras seguindo a legislação. Espero que Ministério Publico e TRE tenham estrutura para fazer fiscalização adequada. Essa nova regra pode ser muito benéfica e ajudar para uma eleição mais igualitária e limpa”, disparou o tucano. Daniel diz que fará campanha enxuta e vai investir em conceitos e ideias. Na última disputa municipal, ele registrou gastos de R$ 2,7 milhões.

O ex-prefeito João Paulo (PT) afirmou que, se alcançar o teto da meta, “será mais do que suficiente” para fazer uma “grande campanha”. “Vamos fazer nas condições que nós tivermos”, disse, após a convenção.

Já o deputado Edilson Silva (PSOL) brincou ao ser questionado sobre o teto. “Não vou conseguir chegar ao teto estipulado para vereador. Se a minha campanha chegar à metade do teto da campanha de vereador, eu fico feliz”, afirmou. Para ele, campanhas milionárias transformam eleições em “balcão de negócios”. O pré-candidato prevê gastar entre R$ 300 mil e R$ 400 mil.

A deputada Priscila Krause (DEM) afirma que vai adotar uma linha “minimalista” e que o estabelecimento da meta não impacta o planejamento, uma vez que o valor arrecadado deve ser inferior aos R$ 6,6 milhões. “A mudança do financiamento não chega à minha realidade. Agora, os outros candidatos farão campanha do jeito que fiz as minhas (com pouco dinheiro).”

Na mesma linha vai o empresário Carlos Augusto (PV). Ele diz que, em função do momento de crise, os gastos da campanha devem ficar muito abaixo do teto estipulado. “Não vai ser fácil juntar essa montanha de dinheiro. Estamos trabalhando nos orçamentos, mas esse valor (R$ 6,6 milhões) nem pensar.

DETERMINAÇÕES DO TSE

Pela tabela apresentada pelo TSE, cada candidato a prefeito do Recife poderá gastar até R$ 6.607.443,14 no primeiro turno e R$ 1.982.232,94 no segundo turno. Já os vereadores têm um limite de gastos de R$ 887.601,12.

Os valores do Recife são bem mais modestos do que o de outras capitais do País. Em São Paulo, os candidatos a prefeito poderão gastar até R$ 45.470.214,12 no primeiro turno e R$ 13.641.064,24 no segundo turno. Em Belo Horizonte, os postulantes a prefeito podem gastar R$ 26.697.376,47 (primeiro turno) e R$ 8.009.212,94 (segundo turno). No Rio de Janeiro, o limite é de R$ 19.858.352,08 no primeiro turno e R$ 5.957.505,62 no segundo turno.

Na comparação com outras capitais do Nordeste, o Recife tem um gasto menor do que outras cidades apenas. Em Salvador (BA), o teto para prefeitos é de R$ 14.679.383,56 (primeiro turno) e R$ 4.402.816,07 (segundo turno). Fortaleza (CE) vem em seguida: R$ 12.408.490,10 (primeiro turno) e R$ 3.722.547,03 (segundo turno).

PELO ESTADO

Nos principais colégios eleitorais de Pernambuco com segundo turno, os números variam de cidade para cidade. Os candidatos a prefeito de Jaboatão dos Guararapes terão um teto de R$ 1.114,168,41 (primeiro turno) e R$ 334.250,52 (segundo turno). Os postulantes a vereador terão um limite de R$ 121.699,88.

Em Olinda, o teto será, por candidato, de R$ 1.270.350,41 (primeiro turno) e R$ 381.105,12 (segundo turno). Os interessados no cargo de vereador poderão desembolsar até R$ 95.509,27.

Em Caruaru, os candidatos a prefeito poderão gastar até R$ 2.619.231,31 no primeiro turno e R$ 785.769,39 no segundo turno. Os vereadores têm um teto de R$ 131.125,02. 

Entre as cidades com apenas primeiro turno, Petrolina terá o maior teto: R$ 2.054.481,63 (prefeitos) e R$ 115.185,43 (vereadores). Em Paulista, o limite para é de R$ 1.043.246,02 (prefeitos) e R$ 49.043,72 (vereadores). 

Ja o Cabo de Santo Agostinho terá um limite de gastos de R$ 689.470,66 por candidato a prefeito e de R$ 96.474,36 por candidato a vereador. Em Camaragibe, o limite por candidato é de R$ 449.339,45 (prefeito) e R$ 21.221,89 (vereador). 

O teto para os postulantes à prefeitura de Ipojuca no primeiro turno será de R$ 1.796.009,44 e os vereadores terão um limite de R$ 93.576,69.

A lista com o teto de gastos de campanha de todos os municípios brasileiros pode ser vista no site do TSE.

TAGS
GASTOS eleição 2016 candidatos TSE
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory