Um dos críticos mais ferrenho à gestão do PSB no Recife, o deputado federal Daniel Coelho (PSDB) tomou posição de independência em relação ao segundo turno. O tucano decidiu se manter neutro na disputa e declarou, por meio de nota, que não vai apoiar nenhum dos dois candidatos - nem Geraldo Julio (PSB) e nem João Paulo (PT).
Daniel divulgou o pronunciamento minutos depois de o PSDB e o DEM enviarem nota pontuando o apoio a Geraldo Julio no segundo turno, num movimento de oposição ao PT.
Ao longo do texto, o tucano elogia a postura dos partidos em não aceitar cargos nas administração do PSB em Pernambuco. “No momento em que vai se iniciar a disputa do segundo turno, negociar apoios e pedir em troca disto secretarias e cargos no governo, significaria justamente esse mofo da política que tanto falamos. A postura de PSDB, DEM e PSL mostra que existe uma alternativa ao “toma lá, dá cá” e à troca de interesses”, defende Daniel, que ficou em terceiro lugar na disputa, com 162.356 mil votos.
Na tentativa de deixar clara à posição política, Daniel elencou problemas da gestão do prefeito Geraldo Julio (PSB), como a quantidade de cargos comissionados, crítica sobejamente abordada ao longo da campanha.
Gostaria de agradecer ao Recife pelos 162.356 votos recebidos nas urnas no pleito do último domingo. São votos de pessoas que abraçaram nossas propostas, apoiam a nossa forma independente de fazer política e acreditaram numa possibilidade de mudança real na nossa cidade.
Fizemos ao longo desta campanha duras críticas aos projetos do PSB e do PT, que muito se parecem. Entendemos que o inchaço do Estado com a ocupação de cargos comissionados e secretarias, que hoje traz graves consequências para a cidade, é uma ação conjunta dos 16 anos desses dois partidos no poder e essa mensagem foi muito bem compreendida pelas pessoas.
Na manhã desta segunda-feira, participamos de encontro envolvendo líderes do PSDB, PSL e Democratas. Somadas, as três legendas obtiveram 209.755 votos para a prefeitura, votação superior à obtida pelo candidato do PT, o que demonstra um claro sinal de que a população pede por uma alternativa a esses dois partidos.
Neste encontro com os partidos foi dada uma posição institucional das legendas. Fiquei muito feliz ao observar que a posição dos partidos, de não ocupar cargos na administração do Recife e do governo do Estado, independentemente de suas posições institucionais, está totalmente de acordo com o nosso discurso.
Nós falamos durante todo o tempo sobre a política mofada do PT e do PSB. No momento em que vai se iniciar a disputa do segundo turno, negociar apoios e pedir em troca disto secretarias e cargos no governo, significaria justamente esse mofo da política que tanto falamos. A postura de PSDB, DEM e PSL mostra que existe uma alternativa ao “toma lá, dá cá” e à troca de interesses.
Pessoalmente, tenho muito respeito à posição dos partidos. No entanto, me reservo ao direito de não declarar voto a nenhuma das candidaturas que estão no segundo turno das eleições no Recife por entender que o PT fez muito mal ao país e que o PSB não consegue se desvincular das práticas políticas às quais discordo e enxergo dentro do próprio PT.
Portanto, manterei minha independência por acreditar que o eleitor é livre, que recebi o voto de confiança das pessoas, mas não sou o dono desses votos. Eles pertencem individualmente a cada recifense e as pessoas vão saber julgar, neste momento, seja por convicção, seja por exclusão, o que é melhor para nossa cidade.
Sigo imediatamente para Brasília onde continuarei a lutar pelo resgate do nosso país e pela melhoria da qualidade de vida do nosso povo. Como deputado, pretendo ajudar o Recife e Pernambuco ao longo dos dois próximos anos a sair da imensa crise que preocupa toda a população.
Daniel Coelho, 03 de outubro de 2016