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Vitória dos sem-candidatos no 1º turno de Olinda e Jaboatão

Percentual de brancos, nulos e abstenção nestas cidades ultrapassou o número de votos dos candidatos a prefeito mais votados

JC Online
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Publicado em 03/10/2016 às 23:31
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Percentual de brancos, nulos e abstenção nestas cidades ultrapassou o número de votos dos candidatos a prefeito mais votados - FOTO: Foto: Arquivo
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Os candidatos a prefeito mais votados no primeiro turno das eleições municipais deste ano em Olinda e Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, receberam menos votos do que o total das abstenções e dos votos brancos e nulos de ambas as cidades. No Recife, a soma supera os votos do segundo candidato mais votado. As três cidades terão segundo turno.

Em Olinda, Antônio Campos (PSB) terminou a corrida em primeiro lugar, com 55.995 votos. O socialista, no entanto, foi “vencido” pelas abstenções, brancos e nulos do município, que chegaram a 60.551. O quadro é parecido com o das eleições de 2012, quando esse número foi de 105.056. Renildo Calheiros (PCdoB), que foi eleito prefeito da cidade monumento na ocasião, recebeu 102.295 votos.

Há quatro anos, em Jaboatão, o prefeito Elias Gomes (PSDB) recebeu 187.864 votos, 70.001 a mais que o total dos nulos, brancos e abstenções. Nas eleições 2016, o jogo virou. Anderson Ferreira (PR) foi o candidato mais votado, com 99.670 votos. Abstenções, brancos e nulos, por sua vez, totalizaram 153.087.

No Recife, tanto em 2012 quanto em 2016, a soma dos votos nulos, brancos e abstenções não chegou a ultrapassar o total de votos do primeiro colocado, Geraldo Julio (PSB), mas passam com folga o segundo mais votado.

Em 2012, Daniel Coelho (PSDB) recebeu 245.120 votos, enquanto os que não escolheram candidatos ou não votaram foram 283.279. Este ano, João Paulo (PT) teve 207.529, enquanto abstenções, brancos e nulos totalizaram 245.760.

CENÁRIO

O cenário se repete em todo o País. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), brancos, nulos e abstenções superaram os primeiros ou segundos candidatos mais votados para prefeito em 22 capitais. No Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, esta soma ultrapassou os votos obtidos pelos dois primeiros colocados, juntos.

Na Argentina, o presidente Michel Temer comentou o alto índice de abstenções nas eleições municipais e atribuiu o fato à decepção da população com a política. 

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