Um dos principais desafios das gestões municipais em anos de crise é se manter dentro dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A tarefa não é fácil, tanto que uma das maiores arrecadações do Estado, a Prefeitura do Recife, não conseguiu se manter dentro do limite legal. Pelo terceiro quadrimestre consecutivo, a gestão de Geraldo Julio (PSB) opera dentro do limite de alerta. No último balanço, alcançou 49,31% da receita corrente líquida com a folha de pagamento. O limite de alerta é emitido pelo Tribunal de Contas (TCE-PE) quando o índice atinge 48,6%.
O limite não fará com que os investimentos na prefeitura sejam paralisados, afirma o prefeito Geraldo Julio, caso seja reeleito. “Manter o equilíbrio desta relação não é apenas uma obrigação legal, mas regra de boa governança, que deve reger a política salarial e de contratações. Temos mantido esta condição e vamos permanecer com foco na capacidade de realizar entregas e serviços de qualidade para a população, fazendo a parte do poder público municipal para superação da crise”, afirma o gestor.
Seu opositor, João Paulo (PT), tem criticado a política monetária do socialista. O petista promete cortar cargos comissionados e reduzir o número de secretarias. “Evitar os desperdícios, ter uma redução dos cargos comissionados. Evitar que recursos, como na atual gestão, voltem para o governo federal pela incapacidade de gastar e saber aplicar os recursos, que é uma coisa que não está acontecendo”, diz. “Nós vamos analisar e priorizar alguns investimentos. Se fala muito em gastos com publicidade. Não vamos deixar de fazer, mas talvez possa ser reduzido um pouco. Todo mundo está se ajustando aos seus orçamentos”, completa.