A dez dias da eleição, o apoio do PSDB e do DEM à candidatura do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), resumiu-se apenas a nota de apoio publicada um dia após o primeiro turno da campanha. Na prática, nenhuma liderança dos dois partidos participou dos atos do socialista, seja subindo em palanques ou em eventos de rua.
Tanto o PSDB quanto o DEM têm ministros no governo Michel Temer (PMDB) e os candidatos que disputaram a Prefeitura do Recife - Daniel Coelho (PSDB) e Priscila Krause (DEM) - afirmaram, desde o início, que manteriam a neutralidade.
À frente nas sondagens, Geraldo também não tem feito acenos para as siglas ou pedido carga. Questionado, nessa quarta (19), sobre a presença das legendas na campanha, o candidato afirmou que agradeceu aos presidentes dos partidos as declarações, mas não comentou sobre a participação. "A gente tem feito campanha convidando para o ato todas as pessoas que participam da Frente", afirmou. Não há perspectiva dos ministros Mendonça Filho (DEM) ou Bruno Araújo (PSDB) participarem de atos no Recife.
Há, na realidade, um movimento nos bastidores de aproximação entre as duas siglas com o senador Armando Monteiro Neto (PTB) visando a disputa de 2018, tanto para o governo do Estado quanto para o Senado. Nas esferas municipal e estadual, as siglas seguem postura de independência. "O apoio a Geraldo foi mais um movimento antipetista do que pró-PSB", conta uma liderança do PSDB, em reserva. "Serviu mais como um sinal para os eleitores de que os partidos não foram omissos na disputa", acrescentou um tucano.