Conhecida por ter uma articulação mais de bastidores, a ex-primeira-dama Renata Campos (PSB) fez jus à característica discreta no primeiro turno da disputa municipal no Recife. Mas agora, no segundo round da disputa, ela se incorporou à campanha do prefeito Geraldo Julio (PSB) à reeleição e tem sido presença frequente nas agendas. Nesta reta final, ela participou de quatro atos - incluindo a gravação para o guia eleitoral. No primeiro, ela só foi para dois, nenhum deles com palanque.
Apesar de manter a discrição, evitando discursos ou falas políticas, Renata é figura forte no palco e bastante assediada pela militância, sempre tentando fazer fotos ou chegar mais perto.
Ao longo dos 45 dias de campanha no primeiro turno, a estratégia era mostrar que Geraldo era o comandante da equipe, sem sombra de outras lideranças que pudessem ofuscá-lo. A imagem a ser passada era a de que ele poderia caminhar com as próprias pernas. Referências ao ex-governador Eduardo Campos foram pouco usadas.
Em atos políticos, como as caminhadas e os comícios, a família Campos também quase não apareceu, ao contrário de 2014, na eleição de Paulo Câmara (PSB). O único a discursar foi João Campos, filho de Eduardo e Renata e chefe de gabinete do governador, que pediu engajamento à militância durante a última caminhada antes do primeiro turno.
Mas, nesse novo round da eleição, houve maior engajamento dos Campos. O guia eleitoral exibido último dia 14 trouxe uma "conversa informal" entre Geraldo e Renata na varanda da casa dela, em Dois Irmãos. Para exaltar o aliado político, a ex-primeira-dama destacou a importância de se "acreditar na política". A fala soou como espécie de antídoto à apatia com a classe política de forma geral - uma das principais marcas da campanha deste ano. Na fala, ela tentou destacar também a "qualidade das obras entregues" pelo prefeito, outra estratégia muito usada na campanha do socialista.
Nesta reta final, João Campos está à frente da organização de um ato para a juventude, previsto para a próxima terça-feira no comitê central da campanha, no Parnamirim.
Em 2014, nos dias que se seguiram à morte de Eduardo, Renata se incorporou à campanha de Paulo ao governo estadual para defender o candidato escolhido pelo marido. Desde a morte do ex-governador, o PSB de Pernambuco está sob uma liderança difusa, compartilhada entre Renata Campos, e os afilhados políticos de Eduardo: Paulo Câmara e Geraldo Julio.