Prefeito recém-empossado em Petrolina, no Sertão, Miguel Coelho (PSB) anunciou por meio de nota, na noite desta quarta-feira (4), que alguns dos serviços do município estão suspensos por falta de pagamentos que deveriam ter sido feitos pela gestão anterior, que fala em auditoria nas contas da prefeitura.
No prédio da prefeitura e em todas as secretarias, os telefones estão cortados, diz a nota divulgada pelo município.
Na Controladoria Geral e na Secretaria da Fazenda, o expediente será apenas interno até o dia 12. O único atendimento ao público em geral será no setor de pagamento de tributos.
Segundo a gestão socialista, a administração anterior, do prefeito Julio Lóssio (PMDB), deixou de repassar documentos pertinentes à área de pessoal, de patrimônio, e ainda da área financeira, tidos como "de vital importância para esta gestão diagnosticar os problemas de cada setor e assim estabilizar o atendimento à sociedade".
"Diante disso, é importante proceder uma auditoria nas contas da Prefeitura Municipal de Petrolina, a fim de identificar a real situação das contas para garantir o normal funcionamento dos setores", diz a gestão de Miguel.
O novo prefeito de Petrolina vai receber a imprensa, para uma visita in loco no prédio do município, nesta quinta-feira (5), para constatar a situação da prefeitura.
Em nota enviada ao Jornal do Commercio, o ex-prefeito Julio Lóssio (PMDB) rebate as críticas da administração socialista e dispara contra o prefeito Miguel Coelho. Leia a íntegra:
Parece que o prefeito quer criar fatos para justificar capacidade de cumprir suas promessas.
Durante a campanha, mesmo sendo de conhecimento público de todos a enorme dificuldade que passam os municípios o então candidato Miguel apresentou propostas incompatíveis com o momento atual.
Posso garantir que entregamos o município muito melhor que encontramos.
Centro revitalizado, ruas e avenidas pavimentadas, maior programa habitacional do Estado, saímos de 10 médicos na atenção básica para 115, programa AMES, Nova semente e tantos outros.
Muitos dos que serviram a nosso governo estão inclusive compondo a equipe do atual prefeito. Acho que nem meu candidato sendo vitorioso manteria tanta gente.
Evidente que governar um município do porte de Petrolina em um momento de grave crise fiscal não é um brinquedo que o filhinho recebe do papai.
Na verdade os municípios na grande maioria enfrentam déficit e isso quer dizer que é preciso fazer escolhas.
Espero que o Prefeito pare de reclamar e comece a trabalhar.
Veja que curioso, na nota diz que deixamos de responder a questão de pessoal.
Há muito tempo adotamos no município a divulgação no site da prefeitura de toda folha de pessoal incluindo salários. Basta entrar e ver. O que não foi divulgado de folha?
Na educação, estão todos em dia.
Tivemos que fazer uma folha suplementar para atingir os 60% FUNDEB por conta dos recursos que chegaram na última semana do ano é constitucionalmente 25% devem ser destinados à Educação.
Essa folha foi rodada dia 31 porque os recursos da repatriação entraram apenas dia 31 dezembro.
Assim foi contabilizado e com recurso em conta.
Quanto à saúde , vale ressalvar que mantivemos o calendário de servidores rigorosamente em dia.
Na verdade com exceção da saúde antecipamos pagamento da folha para dia 30 e muitas vezes antes.
A única folha paga até dia 5 do mês subsequente é a da saúde cujos valores dependem do repasses do Ministério da Saúde. Que normalmente chegam entre dia 5 e 10 de cada mês referente exercício anterior.
Filho do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) e irmão do ministro das Minas e Energia, Fernando Filho (PSB), Miguel Coelho se elegeu prefeito de Petrolina no primeiro turno com 60.509 votos. O candidato de Lóssio, Edinaldo Lima (PMDB) ficou em terceiro lugar, com 33.510 votos.