Após passar pela cidade de Campina Grande, na Paraíba, nesta sexta-feira (10), o presidente Michel Temer visitou a cidade pernambucana de Sertânia, no Sertão do Estado, para acompanhar a cerimônia de abertura da comporta de Campos, que fará com que a água do Eixo Leste da transposição do Rio São Francisco chegue aos moradores da região.
A visita de Temer ao município, apesar de rápida, é simbólica. As obras do São Francisco estão em execução desde a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com a proximidade das eleições presidenciais de 2018, a paternidade da obra, considerada a maior hídrica já realizada no Nordeste, começa a ser disputada.
Agora em Monteiro, entrego o Eixo Leste do Projeto do São Francisco. As águas chegaram à Paraíba. pic.twitter.com/pTsrfC9bmV— Michel Temer (@MichelTemer) 10 de março de 2017
Em Monteiro, onde as águas do Eixo Leste da transposição chegaram ainda durante a manhã, moradores da região ficaram felizes por, enfim, verem a conclusão da obra que promete amenizar os efeitos da seca para milhares de nordestinos; mesmo assim, dedicaram o mérito ao ex-presidente Lula."Eu sou muito grata pelo que Lula fez por nós aqui em Monteiro, em todo o Nordeste, porque vai atingir todos os lugares que mais sofreram nesse mundo. Eu moro em uma fazenda que nunca choveu, mas agora a água vai chegar e a gente vai fazer irrigação", garantiu a bibliotecária Dista Maranhão.
Em Monteiro, Temer fez a entrega do Eixo Leste do projeto sob protestos e garantiu não querer a paternidade da obra.“Não quero a paternidade dessa obra. Ninguém pode tê-la. Ela é do povo brasileiro e nordestino porque foram vocês que pagaram os impostos que nos permitiram fazer essa obra”, alertou.
Estou em Sertânia (PE) para participar da cerimônia de abertura da comporta do Reservatório de Campos pic.twitter.com/xvCyYai8ks— Michel Temer (@MichelTemer) 10 de março de 2017
Em Campina Grande, Temer visitou o Complexo Multimodal Aluízio Campos, onde serão instalados diversos empreendimentos comerciais, industriais, científicos e tecnológicos, além de empresas do setor de logística. Localizado próximo a terminais rodoviários, aeroviários e portuários, além de ferrovias, gasoduto e às BRs-104 e 230, o complexo representará facilidades para o escoamento do que for produzido na região.
O presidente ainda assinou a ordem de serviço para a adequação de capacidade da BR-230, trecho Cabedelo-Oitizeiro. As obras na rodovia, ao longo de 28 quilômetros (km), vão envolver a criação da terceira faixa em alguns pontos e a construção de viadutos e passarelas.
De acordo com o Ministério da Integração Nacional, 96,89% do eixo leste estão concluídos até agora. Em maio, quando Temer assumiu a presidência ainda interinamente, antes da consolidação do impeachment de Dilma Rousseff (PT), a obra estava com 84,4% de conclusão nesse trecho.
No eixo norte, mais problemático por estar com obras paradas há mais de seis meses em um trecho, 94,52% estão concluídas. Porém, não há previsão prática para retomar a construção.