A Procuradoria Regional Eleitoral em Pernambuco (PRE-PE) recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pedindo a cassação do prefeito eleito de Orobó, no Agreste, Cléber da Silva, conhecido como Cléber Chaparral (PSD). O Ministério Público alega suposto abuso de poder econômico e político praticado pelo então candidato durante a campanha eleitoral de 2016, que concorreu à reeleição. Cléber Chaparral havia sido condenado em primeira instância, pelo juiz local, mas teve a sentença modificada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) e acabou reiniciando novo mandato em janeiro de 2017. O TRE não viu motivos para cassação nem inelegibilidade. Só manteve o pagamento de multa para o prefeito.
“O abuso de poder político e econômico foi constatado devido à constante distribuição de valores e benefícios para a população, assim como ocasiões de promoção pessoal em inauguração de obras públicas. O então prefeito e futuro candidato à reeleição promovia, com recursos públicos e em ano eleitoral, eventos de doação de peixes, enxovais para recém-nascidos, linhas para artesãs e presentes no dia das mães”, informa a PRE-PE. Além disso, “fazia de inaugurações de obras ato de campanha e promovia a distribuição de material escolar, por meio de eventos e discursos nas escolas”.
Segundo a PRE-PE, o propósito eleitoral era evidente, pois o prefeito, antes das eleições, participava pessoalmente e fazia discursos durante a entrega de bens materiais a pessoas carentes. “A Procuradoria entende que as condutas praticadas pelo prefeito em seu conjunto e no contexto de uma pequena cidade do interior carregam gravidade suficiente para caracterização de abuso do poder político e econômico, o que justifica a cassação do seu diploma”, informa. A PRE-PE pede que se restabeleça a sentença definida em primeira instância e Cléber Chaparral seja condenado à inelegibilidade. Se isso ocorrer, a corte terá que decidir se o município terá eleições suplementares. O JC ainda não conseguiu falar com o prefeito.