Para provar à força-tarefa da Lava Jato que jantou com o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos para tratar de doações para a campanha presidencial de 2014, o delator Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira de mesmo nome, entregou aos investigadores notas fiscais no valor de R$ 7,6 mil pelo grupo.
O alimento foi servido pela Era Fina Festas e Recepções e pago por uma das contas da Odebrecht. Foram R$ 4.935 pela venda de mercadorias; R$ 1,9 mil pela organização da festa e recepção; e outros R$ 765 pela localização de materiais e montagem de buffet.
O encontro ocorreu no apartamento de Marcelo, no dia 16 de julho de 2014, uma quarta-feira. A lista de convidados repassada ao condomínio tem nove pessoas. Com Eduardo iria a ex-primeira-dama Renata Campos e dois filhos do casal. Outro convidado era o empresário Aldo Guedes, ex-presidente da Copergás e sócio de Eduardo.
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O ex-governador iria num Corolla da cor prata, com motorista. O relatório de movimentação do condomínio repassado por Odebrecht mostra que Eduardo Campos teria chegado às 21h11. O documento indica que dez pessoas serviram o buffet.
Segundo disse na delação, foi nesse encontro com Eduardo que Marcelo Odebrecht mostrou preocupação com a despesa de R$ 50 milhões com o Complexo Prisional de Itaquitinga e teria imposto ao presidenciável a condição de viabilizar uma solução para o imbróglio do presídio como condição para repassar contribuições às campanhas do próprio Eduardo e do então candidato ao governo de Pernambuco pelo PSB, Paulo Câmara.