O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Herman Benjamim, relator do processo que pode cassar a chapa Dilma-Temer, afirmou durante a sessão desta quarta-feira (7) que incluiu as delações da Odebrecht no caso porque o acordo de colaboração premiada feita por integrantes da empreiteira era "informação pública e notória". Afiado nas colocações, ele afirmou que "só os índios não contactados da Amazônia não sabiam que a Odebrecht tinha feito colaboração", disse.
Segundo o ministro, ele pediu ao relator da Lava Jato no Supremo, Edson Fachin, autorização para ouvir os ex-executivos também no processo e que usou as vias oficiais. Afirmou que a iniciativa de ouvi-los não foi baseada em "vazamento" da delação.
Na argumentação, Herman afirma que deu direito à ampla defesa dos envolvidos. Ele cita que um único advogado da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) formulou sozinho 376 perguntas para uma das testemunhas. Outro fez 279 questionamentos em uma única oitiva.
O relator diz, ainda, que 29 testemunhas foram requeridas pelos representantes, 14 pela defesa de Dilma e 19 pelo juízo.
O argumento é uma tentativa de Benjamin de provar que houve espaço para ampla defesa durante o processo.