Buscando se cacifar como candidata ao governo de Pernambuco no próximo ano, a vereadora do Recife Marília Arraes (PT) se reuniu nesta segunda-feira (3) com o ex-presidente Lula (PT) em São Paulo para discutir cenários políticos no País e no Estado. Segundo Marília, o encontro foi para tratar dos planos do PT “até 2018” e para que Lula ouvisse a visão que a dupla tem do cenário de Pernambuco.
A vereadora diz ter defendido ante o ex-presidente a necessidade de o PT ter um candidato próprio ao governo do Estado numa aliança com partidos do campo de esquerda. “Se analisou todas as possibilidades. Não de nomes, mas de alianças”, disse. “Não se tomou nenhuma decisão”, resumiu.
“Entendedores entenderão”, resumiu o senador Humberto Costa (PT), articulador do encontro, em sua página no Facebook. “A vereadora Marília Arraes e eu estivemos, nesta segunda-feira, com o presidente Lula, em São Paulo, para bater um papo sobre o futuro de Pernambuco e do Brasil. Só posso dizer a vocês que foi uma conversa muuuuuito animadora”, descreveu Humberto no texto, dizendo estar confiante.
O Congresso estadual do PT definiu que o partido deve ter candidato ao governo no próximo ano. Marília é um dos principais nomes, mas não é o único. O ex-prefeito do Recife João Paulo; o presidente da CUT-PE, Carlos Veras; e a deputada estadual Teresa Leitão também são lembrados como opções dentro da legenda. O protagonismo da vereadora causa ciúmes porque ela é recém-chegada ao PT: se filiou em fevereiro do ano passado, com a ficha abonada pelo próprio Lula.
Presidente do PT-PE, Bruno Ribeiro disse que não é o momento de estar antecipando nomes, mas de construir um projeto do partido para o momento que o Estado atravessa. Ele também ressaltou que a escolha do candidato será feita a partir de uma construção interna da própria legenda. “Tanto Humberto, quanto Marília sabem que há ritos e procedimentos a serem seguidos dentro do PT”, desconversou Bruno, para quem a reunião com Lula não tratou de aval para candidatura.
Nas duas últimas eleições, o PT disputou em uma aliança com o grupo do senador Armando Monteiro Neto (PTB), que agora faz gestos a PSDB e DEM. Os petistas também têm como uma das prioridades para 2018 voltar a ter representantes na Câmara Federal e ampliar a bancada na Assembleia Legislativa, hoje com três deputados.