Atualizada às 11h54
O deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) garantiu que há espaço para abrigar o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) no PMDB. O deputado é apontando como um articuladores da movimentação que busca cooptar ainda outros socialistas dissidentes, costurada pelo comando nacional do partido, e admitiu que tem conversado com o senador.
Jarbas desferiu elogios à família Coelho, que lidera a debandada de insatisfeitos do PSB. "O senador Fernando Bezerra Coelho é uma figura de estatura, um senador que engradece o estado pela sua afirmação, pela sua desenvoltura, pela sua capacidade, pela sua competência, a gente tem conversado, a gente tem trocado ideias. O Fernando Filho é uma grata surpresa, articulado, competente, sabe falar, sabe dizer as coisas. Então, se chegam para o partido, pai e filho, vão engrandecer o partido. Eu sou fundador do MDB, do PMDB, eu sempre busquei crescer o partido e não inchar o partido. Fernando Bezerra Coelho vai fazer engrandecer o partido", afirmou o deputado nesta quinta (31) na Rádio Jornal.
Mas a ida dos Coelho para o diretório peemedebista esbarra no próprio Jarbas, fiel aliado do governador Paulo Câmara (PSB) e que até então deverá compor a sua chapa disputando a vaga de senador. O deputado, porém, diz que todos esses impasses podem ser resolvidos e coloca o vice-governador, Raul Henry (PMDB) como o nome para apaziguar a situação. "Eu acho que politica é conversa, é entendimento. Raul vai ajudar nisso, eu tenho certeza. Raul tem uma formação democrática, muito conciliador. A gente resolve isso, você mexe aqui se acomoda ali. A gente não pode é perder quadros expressivos que possam enriquecer a nossa legenda", disse o deputado, referindo-se à FBC e Fernando Filho.
Nas tratativas estariam também a candidatura de Jarbas a senador e o futuro da aliança com o PSB. Seria assegurada a Jarbas a postulação majoritária, mas não pela Frente Popular e sim pelo bloco de oposição que está se formando, reunindo PTB, PSDB, DEM, PPS e insatisfeitos do PSB – o que seria praticamente a reedição da antiga União Por Pernambuco, aliança que governou o Estado junto com Jarbas entre 1999 e 2006.
Jarbas esclareceu que a sua relação com o PMDB é a melhor possível "Estive com jucá, conversamos longamente. O que existe a rigor, pra ser bem verdadeiro, é um clima de harmonia, de conversas, de civilidade. A gente tem vivido desgraçadamente um momento de muita fofoca, de muita confusão, isso não é uma coisa boa na vida pessoal, na vida politica e na vida nacional", contou.
O PMDB chegou a punir o deputado e outros cinco parlamentares por terem votado a favor do prosseguimento da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), seu correligionário. Mas para Jarbas, a medida não teve nenhum efeito prático. "Não me aranhou não. Porque uma coisa que parte dessa direção do PMDB de Jucá, essas coisas nunca me incomodam. pelo contrário, isso vai enriquecendo no futuro a minha biografia, o meu currículo. Ser punido por Jucá, o que isso diz pra mim? Nada, absolutamente nada. Se eu fosse punido por Dr. Ulysses (Guimarães), por uma figura maior da República, tudo bem, mas ai não tem problema nenhum não", contou.
Nesta quarta (30), o presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá (RR), negou que esteja em curso uma intervenção no diretório peemedebista em Pernambuco. “Não. De forma nenhuma. O PMDB de Pernambuco é um PMDB histórico, o deputado Jarbas Vasconcelos tem toda consideração da direção nacional, já foi presidente do PMDB. Nós estamos construindo é um PMDB mais forte. Exatamente para que todos aqueles que queiram ser candidatos possam se eleger e nós temos a condição de levar Pernambuco por excelentes caminhos”, afirmou o senador, com exclusividade à Rádio Jornal.