Enquanto o governo Paulo Câmara (PSB) se prepara para enfrentar o tema da segurança pública na disputa de 2018, soou como uma prévia o discurso do governista Tony Gel (PMDB) na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) nesta quarta-feira (1º) sobre o papel do ex-governador João Lyra Neto (hoje no PSDB) na crise da violência no Estado. O assunto é um calo na corrida do governador pela reeleição.
"Construir é muito mais difícil do que destruir. O Pacto Pela Vida, quando o saudoso governador Eduardo Campos se desincompatibilizou e passou para o seu sucessor, ele passou com tudo caminhando bem e funcionando bem. Mas o sucessor de Eduardo Campos e antecessor de Paulo Câmara só foi a uma reunião do Pacto Pela Vida. Acho que foi a primeira e não foi mais. E a gente começou a perceber que a coisa ficou frouxa, realmente. A coisa desandou. O comandante que deveria cobrar já não cobrava mais, já não se interessava, já não estimulava. Já não analisava os números e dava os ajustes. Simplesmente lavou as mãos, se omitiu. É lamentável dizer isso, mas é a verdade", afirmou o peemedebista.
"Quando o governador Paulo Câmara assumiu os destinos de Pernambuco o Pacto Pela Vida já estava desarrumado. E ele vem trabalhando para arrumar", garantiu Tony Gel. "Quando ele assumiu já achou o Pacto Pela Vida batendo cabeças. E aí você sabe que depois que você constroi e alguém destroi, leva tempo. E aí houve dificuldades. O governo não nega. E as dificuldades ainda existem, claro. E não é só em Pernambuco. No Brasil todo nós passamos por momentos difíceis", sinalizou.
João Lyra estava filiado ao PSB quando assumiu o Palácio do Campo das Princesas. Embora houvesse certo atrito pelo fato de ele ter sido preterido como candidato à sucessão, formalmente ele apoiou a candidatura de Paulo Câmara, nome ungido por Eduardo Campos. No ano passado, porém, Paulo decidiu apoiar Jorge Gomes (PSB) no primeiro turno e Tony Gel no segundo na disputa pela prefeitura de Caruaru. A eleita acabou sendo Raquel Lyra (PSDB), filha de João, marcando um rompimento da família com o Palácio do Campo das Princesas. Hoje, o PSDB atua no campo da oposição ao PSB.