Governo de PE chama de 'espetacularização negativa' operação da PF

A PF faz nesta quinta uma megaoperação contra fraudes em recursos para enchentes em Pernambuco
JC Online
Publicado em 09/11/2017 às 10:16
A PF faz nesta quinta uma megaoperação contra fraudes em recursos para enchentes em Pernambuco Foto: Foto: Diego Nigro/JC Imagem


O Governo de Pernambuco lançou nota sobre a Operação Torrentes, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira (9) para desarticular um esquema de corrupção envolvendo servidores públicos do governo Estadual. A gestão estadual classificou a operação como "processo de espetacularização negativa das atividades de controle da atuação pública" e disse ser desproporcional a operação realizada no Gabinete do chefe da Casa Militar, no Palácio do Campo das Princesas. O governo aparentemente ainda não dispõe de todas as informações e afirma que vai voltar a se pronunciar em breve.

"O acesso a todos os documentos e equipamentos ali localizados, assim como a qualquer outro documento público, poderia ter sido solicitado sem a necessidade de qualquer ordem judicial", argumenta o governo, no texto.

De acordo com os investigadores, verba pública destinada para a reconstrução de cidades arrasadas por fortes chuvas no Estado foi desviada por criminosos.

A nota cita, ainda, as obras realizadas pelo governo na Operação Reconstrução, como a Barragem de Serro Azul e cinco hospitais, nas cidades de Palmares, Água Preta, Cortês, Barreiros e de Jaqueira, além da entrega de mais de 12 unidades habitacionais e reconstrução de equipamentos como pontes, vias urbanas, muros de arrimo, rodovias e escolas, entre outros.

 

Confira a íntegra da nota:

Com relação à operação da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União realizada hoje (09.11) em prédios da Secretaria da Casa Militar do Estado, o Governo de Pernambuco reafirma a disposição de prestar todos os esclarecimentos necessários, como sempre tem feito quando solicitado por órgãos de controle e fiscalização.

A Operação Reconstrução, ocorrida a partir de julho de 2010, envolveu recursos advindos do Estado de Pernambuco e da União, dirigidos ao atendimento emergencial às 120 mil pessoas da Zona da Mata Sul atingidas pela enchente, bem como o trabalho de reconstrução das cidades.

As prestações de contas respectivas foram apresentadas a tempo e modo às autoridades competentes, estaduais e federais. Não foi descumprido nenhum prazo ou foi negada nenhuma informação por parte do Governo de Pernambuco.

Com relação à Operação Prontidão, realizada após a enchente deste ano de 2017, os prazos de prestação de conta ainda estão em curso.

A Operação Reconstrução construiu a Barragem de Serro Azul e cinco hospitais, o Hospital Regional de Palmares, os hospitais municipais de Água Preta, Cortês, Barreiros e de Jaqueira. A Operação Reconstrução também entregou 12.131 mil casas; recuperou ou reconstruiu 71 pontes, recuperou 185 vias urbanas e 28 muros de arrimo em diversos municípios atingidos.

A Operação Reconstrução recuperou, ainda, 63,13 quilômetros de rodovias e 203 quilômetros de estradas vicinais; reconstruiu 29 escolas atingidas, revitalizou a orla de Palmares; recuperou e reconstruiu 123 bueiros e 11 passagens molhadas, promoveu a dragagem do Rio Una e criou a Rede de Monitoramento Hidrometeorológico.

É absolutamente lastimável o processo de espetacularização negativa das atividades de controle da atuação pública. O que assistimos hoje é exemplo da grave prática de buscar criminalizar toda a atuação dos agentes públicos e políticos. Os trabalhos da Operação Reconstrução envolveram grande número de servidores públicos, que realizaram um esforço extraordinário na missão de minimizar o sofrimento que as enchentes causaram à população pernambucana.

É lamentável a operação desproporcional realizada no Gabinete do chefe da Casa Militar, no Palácio do Campo das Princesas. O acesso a todos os documentos e equipamentos ali localizados, assim como a qualquer outro documento público, poderia ter sido solicitado sem a necessidade de qualquer ordem judicial.

Logo que disponha de mais informações, o Governo de Pernambuco voltará a se pronunciar publicamente.

Governo do Estado de Pernambuco

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