Atualizada às 12h15
Após entregar pedido de exoneração do Ministério das Cidades nessa segunda-feira (13), Bruno Araújo (PSDB), agora voltando ao cargo de deputado federal, diz ter tomado a decisão de desembarcar do governo Temer pois já não mais havia apoio da bancada tucana para permanecer na pasta. Ressaltando os recursos repassados principalmente para o estado de Pernambuco, Bruno afirma que sai de "cabeça erguida" e agora vai trabalhar para a unidade do partido.
"Toda a minha vida pública foi apenas em um partido. Eu conheço a história do PSDB. A pele me dizia que era um momento em que já não havia mais sustentação dentro da bancada federal, suporte suficiente para dar sequência desse trabalho à frente do Ministério. Tive a clareza que era momento não dar sequência nessa tarefa e entregar minha carta de pedido de exoneração ao presidente", afirmou Bruno em entrevista à Rádio Jornal nesta terça-feira (14).
Há algum tempo, uma ala do PSDB que é contrária à permanência do partido na base do governo Temer pede que os ministros filiados à sigla entreguem seus cargos. Além de Bruno, primeiro a desembarcar, ainda estão à frente de ministérios os tucanos Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Luislinda Valois (Direitos Humanos) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo). O Ministério das Cidades, que Bruno acaba de deixar, é um dos mais cobiçadas por deputados do chamado centrão da Câmara, que une siglas como o PSD, o PP, o PTB e o PR. Trata-se de uma pasta estratégica para quem a comandar tendo em vista as eleições 2018, pois ela detém um grande montante de recursos que são destinados a setores sensíveis a população.
Bruno desconversa sobre pressão dentro do PSDB para deixar o cargo. "Eu nunca tive pressão interna dentro do partido pelo nível de convivência que sempre tive com todo o conjunto de parlamentares. Minha posição foi bem acolhida pelo partido, foi compreendida e me deixou muito a vontade de poder cuidar agora de ajudar a construir uma unidade dentro do PSDB", contou.
O tucano fez questão de ressaltar os recursos destinados ao estado de Pernambuco durante um ano e meio em que comandou a pasta, na casa dos R$ 3 milhões em obras de habitação, saneamento e mobilidade. Eleito presidente estadual do PSDB de Pernambuco no dia 5 de novembro, ele pleiteia candidatura majoritária nas eleições do próximo ano. "Com certeza Pernambuco nunca recebeu tanto recurso da história do ministério das cidades. Foram 3 milhões em habitação, saneamento, obras de mobilidade, contou. Ele chegou a ser convocado no Congresso para prestar esclarecimentos sobre o grande volume de verbas trazidos para a sua base eleitoral. "Então, Isso é um sinal de que nós fizemos a nossa parte enquanto pernambucano ajudando a erar emprego, renda e levando dinheiro para o estado", completou o agora deputado federal.