Destituído do comando do PSB em Petrolina, maior município do Sertão de Pernambuco, o prefeito Miguel Coelho afirma que a decisão da executiva estadual representa "um convite para sair do partido". "Entendo que não tenho nenhum compromisso de permanecer, até porque se o principal prefeito do Sertão é destituído de sua própria cidade, em outras palavras é um convite para poder sair", disse. "É claro que é fruto das movimentações que ocorreram nos últimos meses e isso já era esperado, mas que pelo menos não fosse por uma ligação telefônica", completou Miguel, que é filho do senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB), que já deixou o partido e migrou para a oposição ao governador Paulo Câmara (PSB).
Com a destituição, o partido será presidido por Gonzaga Patriota e terá como vice o deputado estadual Lucas Ramos. Inclusive, a dissolução da comissão provisória foi pedida pelo próprio Lucas através de uma carta argumentando que o prefeito não representava mais o PSB. Lucas e Miguel disputaram a indicação para concorrer à prefeitura de Petrolina, mas o partido favoreceu os Coelho.
Último dos Coelho no PSB, visto que seu irmão, o ministro Fernando Filho também deixou a sigla por não deixar o governo Temer, Miguel disse que a decisão já era esperada e que não há o que reclamar. "Não vou ficar num lugar onde não me querem, não tem problema nenhum, política é questão de espaço e está muito claro que o PSB não quer, ou não respeita, o meu espaço aqui em Petrolina. Um partido é um organismo que tem hierarquia, se a hierarquia superior determinou isso, não dá direito de reclamar", comentou.
O socialista ainda não fala sobre para qual sigla deve migrar. "Passou, agora é bola para frente. Desejo boa sorte a Gonzaga que já foi presidente aqui por mais de 20 anos, desejo muito sucesso e estou feliz com o que fiz aqui com o PSB, reestruturamos o partido, ganhamos a eleição, depois de 10 anos o PSB voltou a manter a principal cidade do Sertão graças ao trabalho que foi feito. No momento oportuno vamos tomar a decisão de qual o melhor caminho que possa beneficiar ainda mais Petrolina com mais investimentos e mais obras", comentou.
Prestes a deixar o PSB, Miguel Coelho já entra na fila dos opositores ao governo estadual e reforça às críticas de seu pai à gestão de Paulo Câmara. "Vamos continuar trilhando o caminho do trabalho, até porque está muito claro que o pernambucano quer uma mudança, quer avançar, quer uma resposta mais incisiva e proativa na segurança, na geração do emprego e no desenvolvimento econômico", alfinetou Miguel.