Um novo áudio, supostamente atribuído ao prefeito de Camaragibe, Demóstenes Meira (PTB), está sendo investigado pela Polícia Civil. A mensagem teria revelado um possível pagamento para que a eleição para a presidência da Câmara de Vereadores do município fosse anulada.
A fala repercutiu nas redes sociais e está sendo analisada por policiais do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco). Segundo a assessoria da Polícia Civil, o delegado responsável pelo caso só irá se pronunciar ao fim do inquérito, que não tem previsão para conclusão.
Na ligação que se espalhou pelas redes sociais, um homem que, aparentemente seria Demóstenes, conversa com outra pessoa do outro lado da linha oferecendo dinheiro. Ele pede a anulação de duas eleições para presidente da Câmara de Vereadores. A primeira das eleições seria de Antônio Oliveira (PTB), o Toninho, ex-aliado de Meira. A outra eleição não foi mencionada no áudio vazado e a polícia não adiantou de quem se tratava.
É possível perceber outras vozes na conversa telefônica. Um homem é mencionado e os supostos vereadores falam que ele precisa da “ajuda” do prefeito. Um encontro na Prefeitura de Camaragibe é marcado em seguida. Uma das pessoas aconselha Meira a não levar o dinheiro para o local.
A Promotoria de Justiça de Camaragibe anexou o áudio ao procedimento instaurado para apurar supostas irregularidades na eleição da presidência da Câmara Municipal. A ligação teria ocorrido em um período anterior ao de outro escândalo envolvendo Meira, quando ele mandou um áudio, em tom de ameaça, para cargos comissionados assistirem ao show da noiva dele, a cantora Taty Dantas, em um bloco de Carnaval na cidade.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura de Camaragibe. Até a publicação desta matéria, por volta das 18h40 desta quarta-feira (3), ainda não havia um posicionamento oficial sobre o caso.
No último dia 26 de março, o prefeito Demóstenes Meira e outros funcionários da prefeitura foram alvos da Operação Harpalo, da Polícia Civil. Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em Camaragibe, no Recife, Jaboatão dos Guararapes, Gravatá, além de Natal, no Rio Grande do Norte.
Na ocasião, Meira e o assessor técnico Welmir José Dutra dos Santos foram impedidos pela Justiça de se aproximar de testemunhas da investigação, que apura fraudes em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro.
Os policiais apreenderam celulares, computadores, pastas de documentos e um carro de luxo, pertencente ao prefeito, no valor de R$ 100 mil. Os bens de Meira foram bloqueados.