O presidente do PSL e deputado federal, Luciano Bivar, afirmou em entrevista à Rádio Jornal, na manhã desta sexta-feira (10), que os parlamentares que compõem a sigla estão divididos sobre a transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para o Ministério da Economia. Segundo Bivar, ainda sendo do mesmo partido que o presidente Jair Bolsonaro, muitos deputados entendem que saída do órgão do Ministério da Justiça e Segurança Pública, administrado por Sergio Moro, foi a saída mais correta.
"O governo procura fazer isso porque é um projeto dele, mas a grande maioria dos parlamentares não entende dessa forma. Entende que você administrar as situações financeiras cabe exatamente a Fazenda Nacional e esse é o entendimento do plenário. O próprio PSL é dividido sobre isso. Fui chamado no Planalto para falar com o presidente, mas eles (deputados do PSL) estão divididos", explicou o pernambucano.
Na última quinta-feira (09), o próprio capitão reformado pediu que o Congresso devolva o Coaf para o Ministério da Justiça e Segurança Pública. “Estão pegando a Coaf do Moro e mandando para o Paulo Guedes. Esperamos que o plenário mantenha a Coaf no Ministério da Justiça, porque é uma ferramenta muito forte para combater a corrupção e a lavagem de dinheiro”, disse o presidente na já tradicional live de quintas-feiras, transmitida pelo Facebook.
A votação desta quinta na comissão mista foi apenas a primeira etapa de tramitação da MP que trata da reforma administrativa. As mudanças aprovadas ainda precisam ser aprovadas pelo plenário da Câmara e depois pelo do Senado. O relator da reforma administrativa no Congresso, o senador Fernando Bezerra (MDB-PE), tinha acertado com o governo de fechar seu relatório com a Coaf no MJ, contrariando o desejo de Guedes. A comissão, no entanto, alterou esse trecho.
Questionado sobre se haveria algum arrependimento sobre acolher o presidente Bolsonaro à sigla, Luciano Bivar afirmou que o capitão reformado está 'satisfeito'.
Em entrevista ao Passando a Limpo, Bivar ainda disse que chamou o filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para ser o presidente do partido em São Paulo. "Em São Paulo, chamei o Eduardo Bolsonaro para se tornar o presidente. No Rio de Janeiro fica o Flávio e em São Paulo o Eduardo. No futuro terá muita migração para o PSL, porque ele tem uma linha liberal", disse.
O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), líder do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) no Senado, articulou uma visita do pesselista a Pernambuco na segunda quinzena de maio. O encontro foi confirmado para dos dias 23 e 24 de maio.
"O FBC está programando para apresentar algumas partes do Nordeste, ainda mais as partes hídricas. Esse é um fato. Eles (Governo Federal) estão realmente estudando tudo", cravou Bivar à Rádio Jornal nesta sexta (10).
Essa será a primeira vinda de Bolsonaro a Pernambuco desde que assumiu a Presidência, em janeiro deste ano. Durante a campanha, por conta do atentado à faca que sofreu em Minas Gerais, o presidente também não compareceu ao Estado. Esses fatos, contudo, não têm impedido FBC de mexer os pauzinhos para aproximar o seu grupo político da mais alta cúpula do poder do País.