Apesar de o discurso consonante de que as eleições de 2020 ainda estão distantes, as articulações no tabuleiro eleitoral começam a ganhar corpo. Nos bastidores, comenta-se que o PSB já busca um nome para compor a vaga de vice na chapa que será encabeçada pelo deputado federal João Campos, filho do ex-governador Eduardo Campos. Mas a missão encontra um obstáculo, tendo em vista que vários partidos que compõe a Frente Popular também cogitam lançar candidatura própria para a disputa no Recife.
É o caso, por exemplo, do PSD que lançou a pré-candidatura do deputado federal André de Paula; o PDT que cogita lançar o deputado federal Túlio Gadêlha; e o PT que está em discussão sobre a permanência no palanque socialista, com a possível indicação da deputada federal Marília Arraes. Por enquanto, nas coxias, o que se diz é que o PSB quer segurar o MDB na base e, para isso, poderia abrir a vaga para o atual secretário de Segurança Urbana do Recife, Murilo Cavalcanti – nome ligado ao senador Jarbas Vasconcelos (MDB) e ao deputado federal Raul Henry, presidente estadual da sigla.
O nome do secretário teria surgido após o encontro entre o governador Paulo Câmara, o prefeito Geraldo Julio, João Campos, e o próprio Murilo com o senador Jarbas Vasconcelos, na segunda-feira (26). Ao JC, Cavalcanti afirmou que ainda há muita conjuntura até 2020, mas disse que, se houver convocatória para ser candidato a vice-prefeito, o convite seria aceito. “Ainda há muita conjuntura daqui para lá, mas, no aniversário de Jarbas, ele mesmo afirmou que não temos motivo nenhum para não continuar com a aliança com o PSB. Esse é o caminho mesmo, João é um bom candidato, nós temos participação proativa na gestão de Geraldo Julio”, disse.
Murilo é um dos homens de confiança de Geraldo Julio. Na PCR, ele cuida de um dos principais programas da atual gestão municipal: o Compaz.
No entanto, emedebistas mais alinhados ao senador Fernando Bezerra Coelho defendem que o partido tenha candidato próprio. Recentemente, FBC sinalizou que o próprio Raul Henry poderia ser lançado. “Essa é uma estratégia do senador porque ele tem ódio mortal do PSB de Pernambuco, mas não vamos fazer parte da estratégia de Fernando. Eu defendo lá junto a Jarbas, a Raul Henry, no MDB, que possamos permanecer na coligação com o PSB. Eu vou lutar dentro do meu partido para continuar no mesmo palanque apoiando João Campos”, cravou Murilo.
Em reserva, um emedebista reconheceu que a relação com o PSB tem “andado morna”, que existe uma estratégia do partido de se fortalecer em outros municípios do Estado, e que integrar a vice ou permanecer na Frente Popular poderia ser visto como empecilho para essa reestruturação.
Na ala socialista, aliados afirmam ser necessário estudar a força agregadora que o nome e/ou partido teriam para compor a vice, antes de bater o martelo.
O JC procurou Raul e FBC, mas eles não atenderam a reportagem.