A um ano das eleições, o grupo do senador Humberto Costa (PT), que no ano passado foi um dos principais protagonistas na consolidação da volta do PT ao palanque do PSB, ganhou a primeira disputa partidária para conseguir o comando do partido no Estado.
Com o resultado do Processo de Eleição Direta (PED) da sigla, realizado no domingo (8), a chapa do senador – que tem como candidato a presidente estadual o deputado Doriel Barros (PT) – ficou em 1º lugar, com 36,77% dos votos. O grupo, também apoiado pelo deputado federal Carlos Veras, terá, portanto, o maior número de delegados que vão eleger o Novo Diretório Estadual, com congresso marcado para ocorrer nos dias 19 e 20 de outubro.
Já a chapa liderada pela deputada federal Marília Arraes e pela deputada estadual Teresa Leitão (PT) – que defendem o desembarque da Frente Popular – ficou em 2º lugar, com 29,12% dos votos. O candidato é o atual presidente do PT-PE, Glaucus Lima.
No PED, também foram eleitos líderes municipais e os delegados ao Congresso Nacional do PT. Na capital Pernambucana, Cirilo Mota conquistou a liderança do diretório. Ele é da chapa “Frente ampla – Lula Livre”, do ex-vereador Oscar Barreto (PT), também aliado de Humberto. Na avaliação de Humberto, a eleição foi positiva porque sua chapa conseguiu ganhar o comando de diretórios municipais importantes. Apesar do discurso de manutenção dos acordos políticos, ele afirmou que o martelo ainda não está batido para as eleições de 2020. “Essa é uma discussão futura, uma coisa não implica na outra. Essa maioria quer, naturalmente, manter e preservar a relação política que tem no campo da esquerda, com todos os partidos do espectro nacional, mas isso não significa que na eleição do ano que vem vá prevalecer tal ou qual proposta de aliança política”, disse o senador.
O diretório recifense é onde o grupo de Marília precisava se fortalecer para garantir a possibilidade de encabeçar uma chapa a prefeitura no próximo ano. Apesar disso, no Agreste, eles obtiveram vitórias importantes, como em Caruaru. “Eu acho que foi um resultado muito bom, considerando que nós fomos a chapa que não tem ligação com o PSB, que o PSB não tinha interesse que tivesse um bom percentual, e nós ficamos como uma segunda força”, falou a deputada.
Teresa defende que o resultado não implica em uma derrota. “A chapa que teve mais votos teve 37%, então isso vai forçar o PT ao exercício do diálogo. A montagem do diretório vai ser equilibrada entre as forças”, diz a petista.
Marília vem defendendo o fortalecimento do partido por meio de candidaturas próprias e prevê que a Executiva Nacional deve decidir sobre as eleições nas capitais e cidades com mais de 200 mil habitantes.