Igor Maciel, da coluna Pinga Fogo*
Lula almoçou com João Campos (PSB) e jantou com Marília Arraes (PT) no Recife. Não falou sobre nenhum dos dois no discurso de 17 minutos que fez. Fora do microfone, acenou para ambos igualmente. Deu a entender que a prioridade é estruturar o PT nacionalmente, fortalecendo as bases de acordo com cada situação. Até aí é exatamente o que aconteceu em 2018. A estratégia do PT parece a mesma: fortalecer Lula.
Ano passado, Marília Arraes chegou a fazer campanha ao governo. Depois, ficou bem entendido que o objetivo petista era só negociar apoio em outros Estados com o PSB, o que foi alcançado em partes. Após aquela negociação, o PT se deu bem e ganhou espaços na gestão da Prefeitura do Recife e no governo de PE. Dessa vez, a ameaça/estratégia do PT tem um componente familiar já que os possíveis candidatos são primos.
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Em 2018, o plano de Lula dobrou o PSB Nacional e até o antes adversário Jarbas Vasconcelos (MDB), que chegou a fazer o "L" de "Lula Livre" na campanha para garantir a eleição. A dúvida que fica é: se realmente Marília for apresentada pelo PT como pré-candidata nos próximos meses, quem garante que ela disputa mesmo?
Nesse jogo, vale usar a mesma carta quantas vezes?
*Igor Maciel é titular da coluna Pinga Fogo, no Jornal do Commercio